O Brasil é destaque em áreas florestais plantadas, principalmente com espécies exóticas, e
com uma pequena fração de plantas nativas. Estudos têm revelado que as árvores influenciam
a qualidade do solo. Os atributos biológicos que envolvem a fertilidade do solo e as atividades
dos seres vivos, bem como sua distribuição e diversidade no solo, são uma importante
ferramenta para o monitoramento do meio ambiente. Indicadores como serapilheira, estrato
herbáceo e fungos micorrízicos atuam na ciclagem de nutrientes e carbono orgânico
melhorando a estrutura do solo. A influência das plantas arbóreas exóticas ou nativas no solo
e no ambiente pode estar relacionada com a produção e a liberação de compostos bioativos
nas raízes ou pela queda de folhas senescentes. Diante disso foram avaliados alguns atributos
ambientais e biológicos do solo sob a influência de espécies florestais exóticas e nativas
plantadas na região do semiárido. Áreas sob a influência de árvores com seis anos de idade
das espécies exóticas: Acacia mangium, Casuarina equisetifolia e Eucalyptus urophylla; e das
espécies nativas: Anadenanthera colubrina, Astronium fraxinifolium, Tabebuia impetiginosa e
Colubrina glandulosa, Acacia mangium, Casuarina equisetifolia, Eucalyptus urophylla; ao
lado de área não reflorestada foram usadas na avaliação da serapilheira (período chuvoso e
seco), do solo e das raízes finas das espécies arbóreas (período quadrimestral) e do estrato
herbáceo (período chuvoso), entre 2016 e 2017. As amostras do solo e das raízes foram
processadas, armazenadas até sua análise; sendo extraídos esporos fúngicos do solo e nas
raízes finas de árvores herbáceas foi verificado o percentual de colonização micorrízica. A
serapilheira seca foi caracterizada quanto aos teores de carbono orgânico, macro e
micronutrientes. O estrato herbáceo foi coletado, identificado e as exsicatas armazenadas em
herbário. A caracterização química da serapilheira permitiu evidenciar que não há
correspondência entre a quantidade e os teores de nutrientes do material orgânico acumulado
no solo. As espécies florestais influenciaram a riqueza, a dominância e a diversidade do
estrato herbáceo. As espécies florestais estabeleceram em suas raízes associações simbióticas
com os fungos micorrízicos arbusculares, e somente A. mangium, C. equisetifolia, E.
urophylla e A. colubrina formaram ectomicorrízas. Os morfotipos de esporos fúngicos mais
representativos no solo foram relacionados aos gêneros Acaulospora, Claroideoglomus e
Glomus, revelando que as espécies florestais influenciam a diversidade de fungos
micorrízicos arbusculares. Esporos de Gigaspora margarita e Glomus brohultii podem ser
considerados indicadores do solo cultivado com Eucalyptus urophylla e de Acacia mangium,
respectivamente. Essas evidências confirmam que espécies florestais nativas e exóticas
influenciam a qualidade biológica do solo e o ambiente da região semiárida.
Palavras-Chave: Associação micorriza. Estrato herbáceo. Serapilheira. Solo