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Repositório Institucional - UECE
Título:
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE A TERAPIA ANTIRRETROVIRAL E SUAS REPERCUSSÕES NA ADESÃO TERAPÊUTICA DE PESSOAS COM HIV/AIDS

Autor(es):
BEZERRA, ELYS OLIVEIRA

Palavras Chaves:
Não informado

Ano de Publicação:
2015

Resumo:
RESUMO
No cenário de controle da epidemia do HIV, o advento da terapia antirretroviral (TARV) proporcionou a redução da morbimortalidade por aids e o aumento da expectativa e da qualidade de vida dos acometidos. Porém, o alcance desses aspectos demanda adesão contínua à TARV por parte de seus usuários. A adesão terapêutica é um processo de complexo manejo em decorrência dos impactos de se viver com HIV/aids e do uso dos antirretrovirais no cotidiano dos que necessitam destes insumos. Esse cotidiano é muitas vezes permeado pelas incertezas em relação à dinâmica da infecção e da terapêutica, sendo este um espaço privilegiado para a elaboração de representações sociais, as quais podem orientar ações e tomadas de posições relativas à adesão terapêutica. Esta pesquisa teve como objetivo apreender as representações sociais da TARV construídas por pessoas com HIV/aids. Trata-se de uma pesquisa descritiva, realizada de julho a dezembro de 2014, num serviço ambulatorial de Fortaleza-CE, com 231 adultos em TARV. Aplicou-se um formulário para identificação do perfil socioeconômico, epidemiológico e clínico dos participantes e um teste de associação livre de palavras para a apreensão das representações sociais sobre a TARV. Os dados do perfil foram analisados mediante estatística descritiva, enquanto as evocações livres foram processadas pelo software Ensemble de programmes permettant l’analyse dês evocations, com identificação dos temas do núcleo central e do sistema periférico das representações sociais. A maioria dos participantes era do sexo masculino (56,7%), predominando a faixa etária de 40-49 anos (41,6%), baixa escolaridade (44,2%) e renda individual de até um salário mínimo (71,8%). Grande parte vivia com HIV há pelo menos 10 anos (49,3%) e a maioria foi avaliada como não aderente (61,9%) à TARV. A chance de não adesão foi 2,4 vezes mais nas mulheres, 2,6 nos de baixa escolaridade, 2,2 nos do interior do estado, 3,3 nos com notificação de aids, 4,5 nos com carga viral > 50 cópias/ml e 3,6 vezes mais nos com contagem de linfócitos entre 200 e 500 células/mm³. A investigação das representações sociais sobre a TARV revelou o compartilhamento de conteúdos conflitantes, positivos e negativos, ancorados nas percepções sociais da aids e nos impactos gerados pelos antirretrovirais. Os elementos do núcleo central dos aderentes e não aderentes à TARV evidenciam a transformação ocorrida nessa zona e a distinta visão simbólica apresentada entre estes grupos. Os aderentes possuem uma representação mais positiva, centrada em saúde, solução, vida e esperança, enquanto os não aderentes centralizam a obrigação. Atribui-se à riqueza simbólica do núcleo central dos aderentes o favorecimento de uma adesão consistente. Questões sociais como ter baixa renda, residir no interior do estado e ter filhos favoreceram a não adesão terapêutica, estando as mulheres mais vulneráveis a não seguirem o tratamento. A obrigação como simbolização da TARV incita os profissionais de saúde à reflexão sobre suas ações, as quais devem ser livres de preconceitos, planejadas com o usuário, apoiando-se na interdisciplinaridade e na intersetorialidade para maior efetivação da promoção da adesão à TARV.
Palavras-chave: Representações sociais; Síndrome da imunodeficiência adquirida; HIV; Adesão terapêutica; Terapia antirretroviral.

Abstract:
ABSTRACT
In the controlling scenario of the HIV epidemic, the advent of antiretroviral therapy (ART) provided the reductions of morbidity and mortality from AIDS and increased life expectancy and quality of life of the ones affected. However, the scope of these aspects demands continued adherence to ART by its users. The therapeutic adherence is a complex management process as a result of the impact of living with HIV / AIDS and the use of antiretroviral drugs in the daily life of the ones who need these inputs. This routine is often permeated by uncertainty regarding the dynamics of infection and of therapy, with a privileged space for the development of social representations, this kind of knowledge can guide actions and taken positions regarding adherence. This research aimed to understand the social representations of ART conceived by people with HIV / AIDS. Descriptive research, held from July to December 2014, in an outpatient clinic of Fortaleza, with 231 adults on ART. A form was applied to identify the socioeconomic epidemiological and clinical profile of the participants, and a free association of words test for apprehension of social representations on ART. Profile data were analyzed using descriptive statistics, while the free evocations were processed by the software Ensemble de programs permettant l'analyze des evocations, with identification of the core themes and the peripheral system of social representations. Most participants were male (56.7%), predominantly aged 40-49 years (41.6%), lower education (44.2%) and individual income of 1 minimum wage (71, 8%). Much lived with HIV for at least 10 years (49.3%) and most were evaluated as non-adherent (61.9%) to ART. The chance of noncompliance was 2.4 times higher for women, 2.6 in low schooling, 2.2 in the countryside, 3.3 us with AIDS notification, 4.5 us with viral load> 50 copies / ml and 3.6 times higher with the lymphocyte count from 200 to 500 cells / mm³. Research on social representations of ART revealed conflicting content sharing, positive and negative, anchored in social perceptions of AIDS and the impacts generated by antiretroviral drugs. The elements of the central nucleus of adherent and non-adherent to ART show the transformation that occurred in that area and the distinctive symbolic vision presented between these groups. The adherent subjets have a more positive representation, focused on health, solution, life and hope, while the non-adherent subjects centralize the obligation. The symbolic richness of the central core of adherent subjects is attributed to continued adherence. Social issues like having low income, living outside the state capital and have children favored the non-adherence, being the women the most vulnerable not to follow the treatment. The obligation as symbolization of ART encourages health professionals to reflect on their actions, which should always be free of prejudice, designed with the user, relying on interdisciplinary and intersectoral approach to greater effectiveness of the promotion of adherence to ART.
Keywords: Social representations; Acquired immunodeficiency syndrome; HIV; Adherence; Antiretroviral therapy.

Tipo do Trabalho:
Dissertação

Referência:
BEZERRA, ELYS OLIVEIRA. REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE A TERAPIA ANTIRRETROVIRAL E SUAS REPERCUSSÕES NA ADESÃO TERAPÊUTICA DE PESSOAS COM HIV/AIDS. 2015. 133 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2015) - Universidade Estadual do Ceará, , 2015. Disponível em: Acesso em: 27 de abril de 2024

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