Espetáculo & ideologia: um estado sobre o papel da ideologia na sociedade do espetáculo de Guy Debord
Autor(es):
Santos, Fabiano José Araújo dos
Palavras Chaves:
Não informado
Ano de Publicação:
2013
Resumo:
A compreensão da ideologia ocupa papel central na crítica de Debord ao que ele chama
de espetáculo moderno. Este, por sua vez, seria o estágio mais desenvolvido, e por nós
conhecido, da sociedade de classes, no momento em que por seu desenvolvimento as
forças econômicas ganham autonomia ao estenderem por todo o mundo o domínio da
mercadoria. Tal fato, todavia, não poderia ter sido possível se não fossem as derrotas
dos principais movimentos revolucionários do século XX em dois momentos cruciais, o
primeiro quarto do século e o período que vai de cerca de meados dos anos 60 a fins de
anos dos anos 70. Essas lutas, portanto, assistiram ao nascimento e o fortalecimento do
regime espetacular do capital, inicialmente na divisão entre espetáculo difuso e
concentrado e depois na fusão desses dois no espetáculo integrado, podendo ser dito do
espetáculo como um todo que ele não trata apenas da gestão econômica, mas do próprio
controle de seus dominados. Entendê-lo é, portanto, entender como se dá essa
dominação na complexidade de suas técnicas de controle, tanto pelo aspecto objetivo da
força armada do Estado, quanto no domínio objetivo e subjetivo das imagens do capital
ali onde a sociedade da mercadoria se encontra mais desenvolvida. No que diz respeito
a esse aspecto subjetivo, a crítica de Debord retoma sob nova perspectiva a relação
proposta pelo filósofo e sociólogo húngaro Joseph Gabel das diferentes formas de
formas de consciência antidialética, em especial a relação das formas social e clínica
(para ele, a esquizofrenia). De fato, acreditamos estar aqui o fundamental da proposta
desse trabalho, tendo em vista não se tratar de um aspecto muito explorado da crítica de
Debord, além de se basear em um diálogo deste com um autor pouco conhecido no
Brasil até mesmo em sua área. Quanto ao conjunto do trabalho, diríamos que pela crítica
da ideologia é possível entender não apenas aspectos fundamentais desse elemento
subjetivo tanto da perspectiva clínica, quanto em sua relação com a economia – que
retoma ainda o Lukács de História e consciência de classe – e logicamente com a
própria política, onde ganham destaque a crítica da representação e o projeto de
superação da sociedade de classes por meio da revolução, discussão que, por sua vez, se
mostra original ao destacar a análise dos Conselhos e o aspecto da linguagem nas lutas
práticas, em exata oposição ao diálogo unilateral do espetáculo.
Palavras-chave: Ideologia, Sociedade do espetáculo, Estado, Linguagem, Crítica da
representação.
Abstract:
The understanding of ideology is central to the critique of Debord to what he calls the
modern spectacle. This, in turn, would be the most developed, and for us known, stage
of the class society, by the time of its development when the economic forces gain
autonomy to extend worldwide the mastery of merchandise. This, however, could not
have been possible if not for the defeats of the main revolutionary movements of the
twentieth century in two crucial moments, the first quarter of the century and the period
from about the mid-60s to late 70s. These struggles, therefore, attended the birth and
strengthening of the capital’s spectacular regime initially in the division between the
forms diffuse and concentrated and then in the fusion of these two in the integrated
spectacle, therefore allowing to be said of the spectacle as a whole that it is not just
about the economic management but the actual control of the proletarians. To
understand it is therefore to understand how is this domination in the complexity of its
control techniques, both the objective aspect of the armed force of the state, as in the
field of objective and subjective images of the capital's where the commodity society is
more developed. Regarding to this subjective aspect, Debord's critique resumes under
new perspective the relation proposed by the Hungarian philosopher and sociologist
Joseph Gabel of the different forms of anti-dialectical consciousness, in particular the
relation between social and clinical form (for him, schizophrenia). In fact, we believe
that here we have the fundamental purpose of this study, noting that this has not being a
very exploited aspect of Debord’s critic, besides be based on a dialogue with an author
very little known in Brazil even in his field of study. Regarding this study as a whole,
we would say that by the critique of ideology is not only possible to understand
fundamental aspects of this subjective element by the clinical perspective, but also in its
relationship with the economy - which also resumes the Lukács of History and Class
Consciousness - and logically with politics itself, discussion highlighted by criticism of
representation and the project to overcome class society through revolution, discussion,
in turn, that brings the original analysis of the Councils and the aspect of language in
practical struggles, in exact opposition to unilateral dialogue of the spectacle.
Keywords: Ideology, Society of the Spectacle, State, Language, Critique of
representation
Tipo do Trabalho:
Dissertação
Referência:
Santos, Fabiano José Araújo dos. Espetáculo & ideologia: um estado sobre o papel da ideologia na sociedade do espetáculo de Guy Debord. 2013. 122 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2013) - Universidade Estadual do Ceará, , 2013. Disponível em: Acesso em: 18 de maio de 2024
Universidade Estadual do Ceará - UECE | Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação - DETIC
Política de Privacidade e Segurança Build 1