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Repositório Institucional - UECE
Título:
DIETA DO PALEOLÍTICO COMO ESTRATÉGIA DE ABORDAGEM TERAPÊUTICA DA OBESIDADE

Autor(es):
BRITO, FILIPE OLIVEIRA DE

Palavras Chaves:
Não informado

Ano de Publicação:
2021

Resumo:
Introdução: A obesidade é uma epidemia global e seu controle é um dos maiores
desafios para equipes de saúde e pacientes. Dada a dificuldade de perda de peso e/ou
manutenção do peso perdido, cresce o número de publicações avaliando a efetividade de
estratégias apoiadas em evidência científica comparadas a estratégias ainda não
comprovadas. Dentre as últimas, destaca-se a dieta paleolítica, que na última década
vem sendo utilizada, paulatinamente, em estudos de intervenção com bons
delineamentos metodológicos ora mostrando benefícios, ora limitações. Objetivo:
Avaliar o efeito da utilização da dieta paleolítica sobre marcadores antropométricos de
indivíduos obesos. Metodologia: O estudo seguiu dois delineamentos: o primeiro foi
um piloto, retrospectivo, com análise de dados secundários representados por
prontuários eletrônicos de 25 pacientes. Foram coletados dados demográficos, número
de consultas, peso corporal e circunferência da cintura. O segundo delineamento
correspondeu a um ensaio clínico não controlado, envolvendo 93 pacientes
acompanhados por 60 dias, aonde foram coletados dados sociodemográficos, de saúde,
estilo de vida, dietéticos e antropométricos. Os dados antropométricos incluíram
aferição de peso, altura, circunferência da cintura e circunferência do quadril, para
cálculo do índice de massa corporal (IMC), índice de massa corporal invertido (IMCi),
relação cintura/estatura (RCE), body roundness index (BRI), índice de conicidade (IC)
e a body shape index (ABSI). Para a intervenção foi concebida uma dieta paleolítica
adaptada aos dias de hoje, mas preservando aspectos históricos da mesma, sendo a
prescrição para consumo ad libitum em consonância com a maioria dos estudos
publicados. A adesão à dieta foi investigada através do recordatório alimentar de 24
horas, realizado na 3ª, 7ª e 11ª semanas de acompanhamento, considerando-se adequada
uma adesão de 85/15, ou seja, 85% das refeições representadas pela dieta paleolítica
prescrita e 15% das refeições incluindo alimentos não prescritos. Resultados: A fase
piloto evidenciou a necessidade de se definir uma dieta de intervenção com satisfatório
respaldo científico, ainda que se tratando de uma terapia não comprovada. Detectou-se
que o referencial teórico adotado para elaboração da dieta paleolítica apresentava
discrepâncias em relação aos aspectos históricos da mesma. Ainda assim os achados
foram promissores, levando à significante perda ponderal e redução da circunferência da 6
cintura. A dieta paleolítica utilizada como intervenção incluiu apenas alimentos
presentes naquela época e excluiu cereais, laticínios, sal, açucares e doces e alimentos
industrializados em geral. Os pacientes submetidos a esta dieta apresentaram redução
espontânea significante da ingestão calórica média, de 1557,3 para 1003,1 kcal, aos 30
dias e para 979,6 kcal aos 60 dias. Houve perda ponderal significante e redução
significante de IMC, IMCi, RCE, BRI e IC. Não houve redução da circunferência do
quadril e do ABSI. A adesão foi inferior à preconizada, sendo 69,48/30,51 (30,48) aos
30 dias e 72,83/27,16 (25,77) aos 60 dias. Conclusão: O estudo evidenciou que é
possível adaptar a dieta paleolítica aos dias de hoje, e que esta estratégia terapêutica é
viável, mesmo que com adesão inferior à esperada, promovendo uma redução
espontânea e sustentada da ingestão calórica e redução ponderal com melhoria dos
marcadores antropométricos de gordura corporal e abdominal.
Palavras-chave: Dieta paleolítica. Obesidade. Peso. Antropometria. Adesão.

Abstract:
Introduction: Obesity is a global epidemic and its control is one of the greatest
challenges for health teams and patients. Given the difficulty of losing weight and / or
maintaining lost weight, the number of publications evaluating the effectiveness of
strategies supported by scientific evidence is growing compared to strategies that have
not yet been proven. Among the latter, we highlight the Paleolithic diet, which in the
last decade has been used, gradually, in intervention studies with good methodological
delineations ora showing benefits, and sometimes limitations. Objective: To evaluate
the effect of the use of the paleolithic diet on anthropometric markers of obese
individuals. Methodology: The study followed two designs: the first was a pilot,
retrospective, with analysis of secondary data represented by electronic medical records
of 25 patients. Demographic data, number of visits, body weight and waist
circumference were collected. The second design was an uncontrolled clinical trial,
involving 93 patients followed up for 60 days, where sociodemographic, health,
lifestyle, dietary and anthropometric data were collected. Anthropometric data included
weight, height, waist circumference, and hip circumference for body mass index (BMI),
inverted body mass index (iBMI), waist-to-height ratio (WHR), body roundness index
(BRI), conicity index (CI) and body shape index (ABSI). For the intervention a
paleolithic diet was adapted to the present day, but preserving historical aspects of it,
being the prescription for consumption ad libitum in consonance with most of the
published studies. Adherence to the diet was investigated through the 24-hour food
recall, performed at the 3 rd, 7 th and 11 th weeks of follow-up, considering an 85/15
adhesion, that is, 85% of the meals represented by the prescribed Paleolithic diet and
15 % of meals including non-prescribed foods. Results: The pilot phase evidenced the
need to define an intervention diet with satisfactory scientific support, although it is an
unproven therapy. It was found that the theoretical framework adopted for the
elaboration of the Paleolithic diet presented discrepancies in relation to the historical
aspects of the same. Nevertheless, the findings were promising, leading to significant
weight loss and reduced waist circumference. The Paleolithic diet used as intervention
included only foods present at that time and excluded cereals, dairy products, salt,
sugars and sweets and industrialized foods in general. The patients submitted to this diet 8
had a significant spontaneous reduction in mean caloric intake, from 1557.3 to 1003.1
kcal at 30 days and to 979.6 kcal at 60 days. There was significant weight loss and a
significant reduction of BMI, iBMI, WHR, BRI and CI. There was no reduction in hip
circumference and ABSI. Adherence was lower than that recommended, being 69.48 /
30.51 (30.48) at 30 days and 72.83 / 27.16 (25.77) at 60 days. Conclusion: The study
showed that it is possible to adapt the Paleolithic diet to the present day, and that this
therapeutic strategy is feasible, even with less than expected adherence, promoting a
spontaneous and sustained reduction of caloric intake and weight reduction with
improvement of anthropometric markers of body and abdominal fat.
Keywords: Paleolithic diet. Obesity. Weight. Anthropometry. Treatment adherence

Tipo do Trabalho:
Dissertação

Referência:
BRITO, FILIPE OLIVEIRA DE. DIETA DO PALEOLÍTICO COMO ESTRATÉGIA DE ABORDAGEM TERAPÊUTICA DA OBESIDADE. 2017. 95 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2017) - Universidade Estadual do Ceará, , 2017. Disponível em: Acesso em: 18 de maio de 2024

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