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Repositório Institucional - UECE
Título:
Repercussões das violências contra a gestante na saúde materno-infantil.

Autor(es):
Mendonca, Karina Marques De

Palavras Chaves:
violência contra a mulher; gestação; violência materno-infantil; Sistema de Informação em Saúde.

Ano de Publicação:
2020

Resumo:
A violência contra a mulher é reconhecida como um grave problema de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde e uma violação dos direitos humanos. Podendo ser perpetrada em todas as fases do ciclo de vida, mas a preocupação é maior quando uma mulher está grávida. Nestas circunstâncias, a violência tem um impacto direto na mãe e na criança. O presente estudo objetivou analisar as repercussões da violência contra as mulheres na saúde materno-infantil no Estado do Ceará. Trata-se de uma pesquisa transversal, descritiva de fonte documental, de abordagem quantitativa. O estudo foi desenvolvido entre os anos de 2019 e 2020, considerando os documentos dos anos de 2015 a 2019. A fonte de dados foram as fichas de notificações compulsórias de violência interpessoal/ autoprovocado (versão 5.1) do Sistema de Informação de Agravos de Notificação sobre violência contra a mulher, e os dados sobre nascidos vivos coletados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos, do Núcleo de Informação e Análise em Saúde da Secretaria de Saúde do Ceará. Foi realizado o pareamento das bases de dados por meio de linkage probabilístico com o algoritmo Reclink, no software Stata v13. Utilizou-se estratégia de estimativa empírica para avaliar implicações da violência nos desfechos do nascimento. No estudo focou-se somente no pareamento perfeito totalizando amostra de 770 registros de nascidos vivos, cujas mães tinham sofrido violência durante a gestação. Foram seguidos os preceitos éticos contidos na Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. Foram 21.364 casos de notificação de violência contra a mulher de 2015 a 2019. Desses 28% dos casos reportados são de violência perpetradas a mulheres crianças e adolescentes, 80,2% das mulheres se autodeclararam pardas ou negras, aproximadamente 43% solteiras e 25% possui ensino fundamental incompleto. Destas 8,2% eram gestantes e 10,2% das mulheres possuíam alguma deficiência. A violência física com 52% foi principal reportada pelas mulheres. Utilizando método empírico, a violência gestacional diminui, em média, 136 gramas do peso ao nascer de recém-nascidos e estimou-se uma diferença de aproximadamente -0,39 semanas de gestação (ou quase 3 dias a menos de gestação) com efeitos maiores se ocorrer no segundo trimestre de gestação e piores scores de apgar no 5° minuto de vida. Concluímos que mulheres expostas à violência durante a gravidez apresentam prevalência significativamente aumentada de repercussões negativas no peso do recém-nascido, tempo de gestação e piores scores de apgar no 5° minuto.

Abstract:
The violence against women is known as a severe public health problem by the World Health Organization, and a violation of human rights. It could be interpreted in all phases of the cycle of life, but the worries are bigger when the woman is pregnant. In these circumstances, the violence has an impact straight to the mother and child. This study had the objective to analyze the repercussions of the violence against women in the maternal-child in Ceará State. This is a cross-sectional research, descriptive of documented source, of quantitative approach. The study was developed between the years of 2019 and 2020, considering the documents from the year 2015 to 2019. The data sources were the compulsory notification files of interpersonal violence/self-made (5.1 version) of the System of Grievances Notification Information about violence against women, and the data about the alive-born collected in the System of Alive- Born Information, in the Nucleus of Information and Analysis in Health of the Ceará Health Secretariat. It was made the pairing of the database through the linkage probabilistic with the Reclink algorithm, in the software Stata v13. It used the empiric estimating strategy to evaluate the violence implications in the outcome at birth. In this study, focused only on the perfect pairing, totalizing a sample of 770 alive birth registration which mothers had faced violence during pregnancy. It has followed the ethical precepts from the Resolution number 466/2012, from the National Health Council. There were 21.364 cases of violence notification against women from 2015 to 2019. From the 28% of the reported cases are of violence perpetrated on children and teenagers, 80.2% of women self declare brown and black, approximately 43% are single and 25% has Elementary school unfinished. From these, 8.2% were pregnant and 10.2% of women had some disability. The main reported violence by women was the physical with almost 52%. Using the empiric method of the pregnancy violence, decrease, on average, 136 grams of weight at birth of the newborns and it was estimated a difference of approximately -0.39 weeks of gestation (or almost 3 days less of gestation) with bigger effects if it occurs in the second trimester. We conclude that women exposed to violence during pregnancy show significant prevalence increases of negative repercussion in the newborn weight, time of pregnancy and worse scores of apgar in the fifth minute.

Tipo do Trabalho:
Dissertação

Referência:
Mendonca, Karina Marques De. Repercussões das violências contra a gestante na saúde materno-infantil. . 2020. 70 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2020) - Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2020. Disponível em: Acesso em: 18 de maio de 2024

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