Práticas integrativas e complementares: percepções de profissionais da atenção primária á saúde
Autor(es):
Cavalcante, João Carlos Barbosa
Palavras Chaves:
Não informado
Ano de Publicação:
2019
Resumo:
O objetivo do presente estudo foi analisar as percepções dos profissionais da Atenção
Primária de Saúde (APS) em relação às Práticas Integrativas e Complementares (PIC).
Realizou-se um estudo descritivo com profissionais da saúde de nível superior da APS do
município de Caucaia. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário composto por
questões abertas e fechadas. Os dados foram processados por meio do Programa SPSS versão
20. Foi realizada análise descritiva dos dados, análise de qui quadrado e análise lexical das
questões abertas. Dos 174 profissionais de saúde participantes do estudo, verificou-se que a
maioria era do sexo feminino (n=130, 74,7%) na faixa etária de 31 a 40 anos (n=91, 52,3%).
Em relação à categoria profissional, as mais prevalentes foram enfermeiros (n=74, 42,5%),
médicos (n=53, 30,5%) e dentistas (n=25, 14,4%). Quando questionados quanto ao
conhecimento sobre as PIC, 164 (94,3%) participantes da pesquisa declararam positivamente.
Sendo a acupuntura a mais conhecida pelos profissionais (n=161, 92,5%). A maioria dos
profissionais considera as PIC eficientes (n= 160, 92,0%), que as concepções que possuem
sobre as PIC estão relacionadas ao ensino de graduação (n=92, 52,9%), 163 (93,7%)
consideraram que estas práticas devem ser inseridas nos cursos de graduação e 162 (93,1%)
na pós-graduação. A maioria dos profissionais teve experiência com as PIC através de leitura
e/ou reportagem sobre o assunto (n=103, 59,2%), 18,4% (n=32) afirmaram já utilizar as PIC
na assistência aos pacientes, e a mais utilizada é plantas medicinais / fitoterapia (n=15, 8,6%).
Somente 25 (14,4%) afirmaram ter participado de capacitação e/ou especialização em PIC,
todavia 94,8% (n=165) consideram que as PIC podem contribuir para sua vida profissional.
Além disso, 161 (92,5%) apontaram também que as PIC são importantes para a atenção em
saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) e esse mesmo percentual considera necessária a
inserção das PIC na unidade de saúde que atua, bem como 144 (82,8%) afirmaram que há
interesse dos usuários por essas práticas. Vale destacar que 27 (15,6%) dos profissionais
também afirmaram já existir essas práticas em pelo menos uma Unidade Básica de Saúde
(UBS), sendo a mais frequente a auriculoterapia (n=19, 70,4%). Sobre a Política Nacional das
PIC, somente 41 (23,8%) dos participantes declararam conhecer. Afirmar sim, quando
questionados se consideram as PIC importantes para a atenção à saúde no SUS, demonstrou
correlação com o tempo de serviço (p=0,0001) e entre aqueles que afirmaram que as PIC
podem contribuir para sua vida profissional (p=0,000). Assim como utilizá-las na assistência
aos pacientes foi associado à experiência na pós-graduação, ter se submetido às PIC ou o
familiar e ter participado de capacitação sobre PIC. Na análise lexical sobre a importância das
PIC para atenção à saúde foram identificadas quatro classes: tratamento, opção terapêutica,
acesso e melhor vínculo. O presente trabalho, constatou um ambiente favorável entre gestores
das UBS e profissionais da assistência para a inclusão das PIC na APS municipal. Foram
identificadas necessidades de intervenções educativas, tanto para conhecimento e utilização
efetiva dessas práticas, bem como das lacunas de conhecimento sobre a Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC).
Palavras-chave: Terapias Complementares. Pessoal de Saúde. Atenção Primária à Saúde.
Abstract:
The aim of the present study was to analyze the perceptions of professionals of Primary Health
Care (PHC) regarding Integrative and Complementary Practices (ICP). An exploratory crosssectional study was conducted with health professionals from the PHC of Caucaia. For data
collection, a questionnaire consisting of open and closed questions was used. Data were
processed using the SPSS version 20 Program. Descriptive data analysis, chi-square analysis
and lexical analysis of open questions were performed. Of the 174 health professionals
participating in the study, it was found that most were female (n= 130, 74.7%) aged 31 to 40
years (n = 91, 52.3%). Regarding the professional category, the most prevalent were nurses (n
= 74, 42.5%), doctors (n = 53, 30.5%) and dentists (n = 25, 14.4%). When asked about the
knowledge about the ICPs, 164 (94.3%) survey participants stated positively. Acupuncture
being the best known by professionals (n = 161, 92.5%). Most professionals consider ICPs
efficient (n = 160, 92.0%), whereas their conceptions about ICPs are related to undergraduate
education (n = 92, 52.9%), 163 (93.7%) considered that these practices should be included in
undergraduate and 162 (93.1%) postgraduate courses. Most professionals had experience with
ICPs through reading and / or reporting on the subject (n= 103, 59.2%), 18.4% (n = 32) said
they already use ICPs in patient care, and most used is medicinal plants / herbal medicine (n =
15, 8.6%). Only 25 (14.4%) stated that they participated in training and / or specialization in
ICPs, however 94.8% (n = 165) consider that ICPs can contribute to their professional life. In
addition, 161 (92.5%) also indicate that ICPs are important for health care in the Unified
Health System (SUS) and this same percentage considers it necessary to include ICPs in the
health unit that operates, as well as 144 (82.8%) stated that users are interested in these
practices. It is noteworthy that 27 (15.6%) of professionals also stated that these practices
already existed in at least one Basic Health Unit (BHU), the most frequent being
auriculotherapy (n = 19, 70.4%). Regarding the PIC National Policy, only 41 (23.8%) of the
participants declared to know. To say yes, when asked if they consider ICPs important for
health care in SUS showed correlation with length of service (p = 0.0001) and among those
who stated that ICPs can contribute to their professional life (p = 0.000). Just as using them in
patient care was associated with postgraduate experience, having undergone ICP or the family
member and having participated in ICP training. In the lexical analysis of the importance of
ICPs for health care, identified four classes: treatment, therapeutic option, access and better
bond. This paper demonstrates a favorable environment between PHC managers and care
professionals for the inclusion of ICPs in municipal PHC. Needs for educational interventions
identified, in both knowledge and effective use of these practices, as well as knowledge gaps
about the National Policy for Integrative and Complementary Practices (PNPIC).
Keywords: Complementary Therapies. Primary Health Care. Health Personnel.
Tipo do Trabalho:
Dissertação
Referência:
Cavalcante, João Carlos Barbosa. Práticas integrativas e complementares: percepções de profissionais da atenção primária á saúde. 2019. 87 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2019) - Universidade Estadual do Ceará, , 2019. Disponível em: Acesso em: 18 de abril de 2025
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