Introdução: O ganho de peso, o desenvolvimento da obesidadeeoutrascomplicações metabólicas como dislipidemia, diabetes mellitus e hipertensãoarterial
sistêmica são frequentes após o transplante (TX) renal, temimpactonamorbimortalidade dos pacientes e podem estar associadas aoesquemaimunossupressor. Objetivo: avaliar o ganho de peso e a prevalênciadecomplicações metabólicas pós-TX renal em receptores de umhospital terciáriodoBrasil, de acordo com o esquema imunossupressor. Métodos: Estudodecoorteretrospectivo, incluindo pacientes que realizaram TX no período de janeirode2011adezembro de 2014, com idade superior a 18 anos, com no mínimo 12mesesdeseguimento. Os pacientes foram divididos em quatro grupos segundooprotocoloimunossupressor (grupo 1: tacrolimo, everolimo; grupo 2: tacrolimo, everolimo,prednisona; grupo 3: tacrolimo, micofenolato; grupo 4: tacrolimo, micofenolato,prednisona). As diferenças entre os grupos foram pesquisadas, comênfasenoganho de peso e complicações metabólicas. Resultados: Foramavaliados401pacientes, idade média de 44,2 anos, 61,6% do sexo masculino, 90,3%comdoadorfalecido. O esquema imunossupressor incluiu tacrolimo em100%doscasos,everolimo em 39,2%, micofenolato em 60,8% e prednisona em36,2%. Oganhodepeso pós-transplante foi de 1,25 Kg (1,88%) aos 12 meses; 3,08 kg (4,69%) aos24meses e 4,04 kg (6,26%) aos 36 meses. A avaliação do estado nutricional aos36meses pós-transplante identificou 2,4% dos pacientes comdesnutrição, 45,2%comeutrofia, 38,4% com sobrepeso e 14,0% com obesidade. Emrelação aopercentual
de ganho de peso (delta peso) ao longo do seguimento, verificou-se quemaisde50% dos pacientes evoluíram com perda de peso nos primeiros 3mesespóstransplante e que após 36 meses, 22,9% apresentavam perda de pesoemrelaçãoao pré-transplante, 19,5% com peso estável, 23,2% com ganho de pesoentre5-10%,20,8% entre 10-20% e 13,4% com mais de 20%. Houve uma diferençasignificativano delta peso segundo o esquema imunossupressor, comumdeltapesosignificativamente maior no grupo 4 (sem everolimo, comprednisona) comparadoaos grupos 1 e 2 (com everolimo) aos 24 meses e no grupo 4 comparadoaogrupo1
aos 36 meses. A prevalência de diabetes mellitus pós-transplante foi de23%,hipertensão arterial sistêmica 77,3% e dislipidemia 86,3%, sendoconstatadodiferença significativa segundo o esquema imunossupressor somenteparadislipidemia, com prevalência maior nos grupos 1 e 2. A prevalência desíndromemetabólica foi relativamente baixa e estável ao longo do seguimento (19,1%, 18,5%e 22,2 % aos 12, 24 e 36 meses respectivamente), mas não houvediferençasignificativa segundo o esquema imunossupressor. Conclusão: Opercentual deganho de peso aos 24 e 36 meses pós-transplante foi significativamentemenor como uso de everolimo, embora a prevalência de dislipidemia tenha sido maior nestespacientes. Não foi demonstrada diferença na taxa das demais complicaçõesmetabólicas, segundo o esquema imunossupressor. Palavras-chave: Imunossupressores. Avaliação nutricional. Síndrome metabólica.
Abstract:
Introduction: Weight gain, development of obesity, and other metaboliccomplications such as dyslipidemia, diabetes mellitus and systemicarterial
hypertension are common after renal transplantation (TX), have animpact onpatients' morbidity and mortality, and may be associated with the immunosuppressiveregimen. Objective: to evaluate weight gain and the prevalence of post-TXrenal
metabolic complications in recipients of a tertiary hospital in Brazil, accordingtotheimmunosuppressive regimen. Methods: This was a retrospective study, includingpatients who underwent TX from January 2011 to December 2014, agedover18years, with at least 12 months of follow-up. Patients were divided intofour groupsaccording to the immunosuppressive protocol (group 1: tacrolimus, everolymus;group 2: tacrolimus, everolimus and prednisone; group 3: tacrolimus, mycophenolate;group 4: tacrolimus, mycophenolate and prednisone). Differences betweengroupswere investigated, with emphasis on weight gain and metabolic complications.Results: 401 patients were evaluated, mean age of 44.2 years, 61.6%male, 90.3%with deceased donor. The immunosuppressive regimen included tacrolimusin100%of cases, everolimus in 39.2%, mycophenolate in 60.8%and prednisonein36.2%.The post-transplant weight gain was 1.25 kg (1.88%) at 12 months; 3.08kg(4.69%)at 24 months and 4.04 kg (6.26%) at 36 months. The evaluation of nutritional statusat 36 months post-transplantation identified 2.4% of patients with malnutrition, 45.2%eutrophy, 38.4% overweight and 14.0% obesity. Regarding the percentageof weightgain (delta weight) during follow-up, it was verified that more than 50%of thepatientsevolved with weight loss in the first 3 months after transplantation andthat after36months, 22.9% presented weight loss in relation to pre-transplantation, 19.5%withstable weight, 23.2% with weight gain between 5-10%, 20.8%between10-20%and13.4% with more than 20 %. There was a significant difference in thedeltaweightaccording to the immunosuppressive regimen, with a significantly higher deltaweightin group 4 (prednisone, without everolimo) compared to groups 1 and2(witheverolimo) at 24 months and in group 4 compared to group 1 at 36 months. Theprevalence of post-transplant diabetes mellitus was 23%, systemicarterial
hypertension 77.3%, and dyslipidemia 86.3%, with a significant differenceaccordingto the immunosuppressive regimen only for dyslipidemia, with a higher prevalencein
groups 1 and 2. The prevalence of metabolic syndrome was relatively lowandstableduring follow-up (19.1%, 18.5% and 22.2% at 12, 24 and 36 months respectively),but there was no significant difference according to the immunosuppressiveregimen.Conclusion: The percentage of weight gain at 24 and 36 monthsposttransplantation was significantly lower with everolimus, although the prevalenceofdyslipidemia was higher in these patients. There was no difference intherateofother metabolic complications according to the immunosuppressive regimen. Keywords: Immunosuppressants. Nutritional evaluation. Metabolic syndrome.
Tipo do Trabalho:
Dissertação
Referência:
Ribeiro, Rosangela de Alencar. Alterações metabólicas pós-transplante renal segundo o esquema imunossupressor em uma unidade de transplante. 2019. 143 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2019) - Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2019. Disponível em: Acesso em: 31 de março de 2025
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