A fragilidade é caracterizada como uma síndrome clínica cujos sinais e sintomas são
preditores de diversas complicações de saúde. Os adultos se tornam mais frágeis à medida que
envelhecem, porém, a prevalência em adultos de qualquer idade com doença renal crônica é
de cinco a sete vezes maior do que em idosos. Além disso, essa síndrome está emergindo
como um fator de risco para resultados desfavoráveis no transplante renal. O objetivo desta
dissertação foi analisar as características epidemiológicas da síndrome da fragilidade em
pacientes nos períodos pré-transplante e pós-transplante renal. Tratou-se de um estudo
transversal, analítico, quantitativo. A composição da amostra foi por conveniência e a coleta
foi realizada em um ambulatório de transplante renal em Fortaleza (CE), totalizando 57
pacientes no período pré-transplante, listados ou não, e 102 transplantados renais,
independentemente do tempo pós-transplante. Os dados foram coletados através de um
formulário e da Escala de Fragilidade de Edmonton, e analisados no programa SPSS versão
22.0, considerando em todos os testes o nível de significância de 5%. A fragilidade não
apresentou diferença estatística significativa entre os grupos (p=0.828), sendo 21,1% no pré e
22,6% no pós-transplante. No grupo pré-transplante, as variáveis associadas à presença de
fragilidade foram maior idade (p=0.016) e maior quantidade de filho (p=0.003). Já o peso
normal (p=0.039) e o não tabagismo (p=0.016) foram associados à ausência de fragilidade.
Todas essas variáveis apresentaram força de associação moderada. No grupo pós-transplante,
maior idade (p=0.043), maior quantidade de filho (p=0.023), baixa escolaridade (p=0.012),
etiologia diabetes (p=0.007) e história de readmissão hospitalar precoce pós-transplante
(p=0.011) foram associadas à presença de fragilidade. Já a etiologia nefrite (p=0.015) e
pacientes sem comorbidades (p=0.022) foram associados à ausência de fragilidade. Neste
grupo, a única variável que apresentou força de associação moderada foi a escolaridade. O
restante das variáveis significativas apresentaram força de associação fraca. O único domínio
que não apresentou associação estatística em nenhuma das análises foi o suporte social, sendo
aquele com menor influência na determinação da fragilidade nesta amostra. Esta pesquisa traz
como contribuições para os profissionais a avaliação epidemiológica da fragilidade em
indivíduos do pré e pós-TR, sendo de grande relevância clínica pelos desfechos adversos que
a condição traz e pela escassez de dados brasileiros.
Palavras-chave: Fragilidade. Doença Renal Crônica. Transplante renal.