O objetivo deste trabalho foi identificar características fisiológicas e encontrar proteínas
relacionadas com o estresse hídrico em raízes de cana-de-açúcar. O experimento foi
conduzido em casa-de-vegetação no delineamento experimental inteiramente ao acaso,
arranjo fatorial 4 x 2 x 2 (4 genótipos: RB72454, RB72910, RB867515 e RB92579 x 2
regimes de água disponível x 2 datas de avaliação), com quatro repetições. Cada parcela
foi constituída de um vaso plástico com 12 kg de substrato contendo uma planta.
Baseado na água disponível (AD) do substrato, os tratamentos foram definidos da
seguinte forma: controle (80-100% AD) e estresse severo (0-20% AD). Os vasos foram
mantidos com umidade próxima à capacidade de campo até a aplicação dos tratamentos
aos 66 dias de cultivo. As avaliações foram realizadas no terceiro e ao quinto dia após
estresse hídrico. No estudo envolvendo proteoma, o ensaio foi considerado fatorial 2 x 2
(dois genótipos de cana-de-açúcar: RB92579 e RB867515, e dois regimes de umidade
do solo (estressado e não estressado). Verificou-se que o severo estresse hídrico
aplicado afetou o comportamento dos genótipos em relação às variáveis mensuradas,
tanto no terceiro, quanto no quinto dia de estresse. A variedade RB867515 apresentou
menor sensibilidade ao estresse hídrico, ao passo que a variedade RB92579 foi a mais
afeta pelo estresse hídrico. De modo geral, houve um aumento quanto ao grau de
relação e o número de associações significativas entre as variáveis no decorrer do déficit
hídrico. Tanto nas condições de controle, quanto sob estresse, associações positivas e
altamente significativas foram encontradas para fotossíntese em relação transpiração e
condutância estomática e foram mais expressivas com a progressão do estresse. O
conteúdo de clorofila só tem efeito sobre a fotossíntese quando a planta está sob
estresse. O potencial hídrico foliar não é determinante para a fotossíntese em nenhuma
condição hídrica. Nas condições normais, a condutância estomática atua
determinantemente sobre a fotossíntese, enquanto sob estresse, além da condutância
estomática, a transpiração e índice SPAD foram as mais importantes. Genótipos
tolerantes são identificados com as variáveis de maiores efeitos sobre a fotossíntese,
como a condutância estomática, transpiração, índice SPAD. Com relação ao resultados
envolvendo o proteoma. A média geral foi de 672,83±8,95 spots detectados, com
proteínas de massa molecular variando entre 6,5-116 kDa e pI entre 4,4-7,0. A
comparação dos perfis de proteínas expressas na condição controle e sob estresse
x
hídrico revelou maior número de proteínas na condição de estresse, em média, 5,6%.
Foram identificados 159 spots diferenciais, com excisão de 144 spots para identificação
das proteínas por espectrometria de massa.
Palavras-chave: Saccharum spp., estresse hídrico, parâmetros fisiológicos,
melhoramento, proteômica.