A Leishmaniose visceral é atualmente um problema urbano e de saúde pública. Lutzomyia
longipalpis é o vetor mais importante no Américas, e é certamente a principal espécie de
flebotomíneo que possui todos os critérios estabelecidos para competência vetorial, realçando
aqueles que são considerados essenciais como: antropofilia, distribuição espacial coincidindo
com casos humanos da doença, e infecção natural por Leishmania (L.) infantum chagasi.
Modelos matemáticos referentes a três métodos de controle sugerem que o uso de inseticidas
e a vacinação dos cães são as melhores soluções para o problema quando comparado à
eutanásia dos animais soropositivos. Neste trabalho, os efeitos dos óleos essenciais de
Eucalyptus staigeriana, Eucalyptus citriodora, Eucalyptus globulus, Coriandrum sativum,
Azadirachta indica e Lippia sidoides foram avaliados sobre as fases de ovo, larva e adulto de
Lu. longipalpis. Os insetos foram coletados no município de Sobral no Estado do Ceará,
Brasil. Cinco tratamentos com diferentes concentrações foram realizados, utilizando três
controles negativos, com água destilada e dimetilsulfóxido (3%)/ Tween 80 (3%), e controle
positivo com cipermetrina (0,196mg/ml). Os testes foram realizados em potes de plásticos
revestidos com gesso e utilizando uma ração de fezes de coelho e folha de mandioca. Os ovos
larvas e adultos foram aspergidos com os óleos. As larvas eclodidas foram observadas por 10
dias consecutivos e as larvas tratadas até a pupação. A mortalidade dos insetos foi observada
após 24, 48 e 72 horas. O óleo essencial de E. staigeriana foi o mais efetivo sobre ovos do
inseto (CE50: 3,6 (2,28 - 5,23) mg/ml). O óleo de L. sidoides foi o mais efetivo sobre as larvas
de Lu. longipalpis (CE50: 0,25 (0,20 – 0,31) mg/ml). Os óleos de E. staigeriana e L. sidoides
foram os mais eficazes sobre os insetos adultos do vetor, apresentando CE50 nos valores de
0,59 (0,37 - 0,82) mg/ml e 0,54 (0,42 – 0,68) mg/ml, respectivamente. Os constituintes
majoritários dos óleos foram (+) limoneno, Z-citral e E-citral (E. staigeriana); b-citronelal (E.
citriodora); 1,8-cineol (E. globulus), 6-Dimethylocta-2,7-dien-6-ol (-linalol) (C. sativum),
triterpenos (A. indica) e Timol (L. sidoides) respectivamente. Estes resultados demonstram as
boas possibilidades do uso de plantas como uma alternativa ao controle de Lu. longipalpis.
PALAVRAS-CHAVE: Flebotomíneo, plantas inseticidas, leishmaniose