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Repositório Institucional - UECE
Título:
ESTUDO ETNOVETERINÁRIO DE PLANTAS MEDICINAIS COM ATIVIDADE ANTI-HELMÍNTICA

Autor(es):
MONTEIRO, MARIA VIVINA BARROS

Palavras Chaves:
Não informado

Ano de Publicação:
2010

Resumo:
A etnoveterinária estuda e valida o conhecimento popular utilizado na atenção e
promoção da saúde animal. A fitoterapia, um dos ramos dessa ciência, é cada vez mais
utilizada no tratamento de doenças de animais. Dentre as enfermidades que acometem
pequenos ruminantes, destacam-se as parasitoses por nematóides gastrintestinais como
importante causa de morbidade, mortalidade e redução na produtividade. Na medicina
veterinária convencional o tratamento dessas doenças utiliza anti-helmínticos sintéticos,
porém o fenômeno da resistência anti-helmíntica tem reduzido a eficácia desses
fármacos e estimulado a pesquisa por alternativas de tratamento, como exemplo a
fitoterapia. Em várias partes do mundo existem relatos etnoveterinários sobre plantas
com ação anti-helmíntica e muitos pesquisadores documentam e validam
cientificamente esses conhecimentos tradicionais. No Brasil, os estudos etnoveterinários
são escassos, especialmente na Região Amazônica. Sendo assim, o presente trabalho
teve dois objetivos: o primeiro foi documentar o conhecimento etnoveterinário sobre
plantas utilizadas por habitantes da Ilha do Marajó. O segundo foi selecionar e validar
cientificamente uma planta com elevada freqüência de relatos de uso como antihelmíntico.
Foram realizadas entrevistas com aplicação de questionários semiestruturados
que foram analisados através da distribuição de freqüência. O valor de uso
foi calculado para determinar as espécies mais importantes. Amostras das plantas
relatadas como medicinais foram coletadas e identificadas botanicamente. Da planta
selecionada para validação científica, foram preparados os extratos acetato (EA),
hexânico (EH) e etanólico (EE). Esses extratos foram utilizados no teste de eclosão de
ovos (TEO) e teste de desembainhamento larvar artificial (TDLA). Os resultados do
TEO e TDLA foram analisados utilizando os testes de Tukey’s e Kruskal-Wallis,
respectivamente. Cinqüenta e cinco plantas, distribuídas em 48 gêneros e 34 famílias,
foram indicadas para 21 diferentes usos medicinais em animais domésticos. A Jatropha
curcas L. foi uma das plantas com maior valor de uso (0.4) e selecionada para validação
da sua ação anti-helmíntica. O EE obtido de sementes de J. curcas demonstrou efeito
ovicida inibindo em 99,8% a eclosão de larvas na concentração de 50 mg mL-1. Esse
extrato também inibiu significativamente (p<0,01) o processo de desembainhamento
larvar artificial. Os EA e EH não apresentaram efeito ovicida e não inibiram o processo
de desembainhamento larvar. Na Ilha de Marajó são utilizadas plantas medicinais para
tratar doenças de animais. Dentre as plantas citadas como anti-helmínticos naturais
destacou-se a J. curcas e o conhecimento etnoveterinário foi validado utilizando testes
in vitro. Entretanto, ainda são necessários estudos toxicológicos e de eficácia in vivo
para que o uso anti-helmíntico da J. curcas possa ser repassado para população como
uma alternativa segura e eficaz para tratar seus animais.
Palavras chaves: Amazônia. Nematóides Gastrintestinais. Plantas Medicinais.
Etnobotânica. Jatropha curcas


Abstract:
The Ethnoveterinary studies and validates the knowledge used in popular attention and
promotion of animal health. Herbal medicine, one of the branches of this science, is
increasingly used in treating animal diseases. Among the diseases that affect small
ruminants, there is parasitism by gastrointestinal nematodes as a major cause of
morbidity, mortality and reduced productivity. In conventional veterinary medicine to
treat these diseases using synthetic anthelmintics, but the phenomenon of anthelmintic
resistance has reduced the effectiveness of these drugs and stimulated the search for
alternative treatment, such as herbal medicine. In many parts of the world there are
reports about Ethnovets plants with anthelmintic action and many researchers have
documented and scientifically validate these traditional knowledge. In Brazil, studies
Ethnovets are scarce, especially in the Amazon. Thus, this study has two objectives: the
first was to document the knowledge ethnovet on plants used by inhabitants of the
island of Marajo. The second was to validate scientifically the plant being used as
anthelmintic. Interviews were conducted with application of semi-structured
questionnaires that were analyzed by frequency distribution. Use value was calculated
to determine the most important species. Samples reported as medicinal plants were
collected and identified botanically. Plant selected for scientific validation extracts were
prepared acetate (EA), hexane (EH) and ethanol (EE). These extracts were used to test
the hatching of eggs (TEO) and testing of artificial unsheathed larvae (TDLA). The
results of TEO and TDLA were analyzed using Tukey's tests and Kruskal-Wallis,
respectively. Fifty-five plants, distributed in 48 genera and 34 families were given for
21 different medicinal uses in domestic animals. Jatropha curcas L. was a plant with a
higher value (0.4) and selected for validation of their anthelmintic action. EE J. curcas
showed ovicidal effect in inhibiting 99.8% egg hatch at a concentration of 50 mg mL-1.
This extract also inhibited significantly (p <0.01) in the process of artificial unsheathed
larvae. The EA and EH had no ovicidal effect and did not inhibit the process of
unsheathed larvae. On the island of Marajo are used medicinal plants to treat diseases of
animals. Among the plants listed as natural anthelmintics stood out to J. curcas.
Knowledge ethnovet was validated using in vitro tests. However, toxicological studies
are still needed and in vivo for the effect of anthelmintic J. curcas can be passed on to
the population as a safe and effective alternative to treat their animals
Keywords: Amazonian. Gastrointestinal nematodes. Medicinal plants. Ethnobotany.

Tipo do Trabalho:
Tese

Referência:
MONTEIRO, MARIA VIVINA BARROS. ESTUDO ETNOVETERINÁRIO DE PLANTAS MEDICINAIS COM ATIVIDADE ANTI-HELMÍNTICA. 2010. 152 f. Tese (Doutorado em 2010) - Universidade Estadual do Ceará, , 2010. Disponível em: Acesso em: 27 de abril de 2024

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