A manutenção do equilíbrio acidobásico é fundamental para o desempenho
adequado de órgãos e tecidos. Pacientes críticos estão mais susceptíveis a tais
distúrbios, devido à clínica e aos tratamentos os quais são expostos. Dessa forma
objetivou-se avaliar a relação da patologia base com a ocorrência de distúrbios no
equilíbrio acidobásico em pacientes internados em UTI de doenças infecciosas.
Estudo exploratório descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado
em uma Unidade de Terapia Intensiva referência em doenças infecciosas, localizado
em Fortaleza-Ceará, com prontuários de 57 pacientes internados na UTI durante o
período de janeiro a dezembro de 2010. Os dados foram coletados no período de
janeiro a março de 2014, utilizando-se um roteiro de levantamento de dados, sendo
organizados no Excell e expostos em tabelas e gráficos. Os aspectos éticos foram
considerados, sendo a pesquisa encaminhada ao Comitê de Ética da instituição,
aprovada com parecer nº. 036/2011. Quanto ao sexo, 61,4% dos pacientes eram do
sexo masculino, com média de idade de 42,4 anos; 57,9% eram procedentes da
capital e 42,1% do interior do estado. A AIDS foi o principal diagnóstico identificado
(42,1%), seguida das pneumopatias (21,1%) e da meningite (12,3%). Os principais
distúrbios ácido-básico identificados nos pacientes foram a acidose metabólica
(36,8%) e a alcalose respiratória (35,1%). As causas responsáveis pela ocorrência
do distúrbio primário incluíram as alterações decorrentes de quadro respiratório
agudo (47,4%) e em 29,8% a causa era indeterminada. Houve predomínio da
acidose metabólica (38,6%), seguida da alcalose respiratória (35.1%). Nos pacientes
com diagnóstico de Aids predominou como distúrbio a acidose metabólica (9) e
alcalose respiratória (9). Já nos casos com pneumopatia houve prevalência dos
distúrbios respiratórios, tanto ácido como básico, apresentando quatro pacientes
cada. Já a meningite estava relacionada com a acidose metabólica, cinco pacientes.
Dos quatro pacientes com calazar, três desenvolveram alcalose respiratória e nos
três casos de estafilococcia, dois evoluíram com acidose metabólica. O uso de
ventilação mecânica foi a principal medida adotada para a correção do distúrbio
(59,5%). O estudo mostrou-se de relevante para a prática dos enfermeiros, pois
contêm informações importantes sobre a evolução das doenças infecciosas para um
distúrbio acidobásico que podem orientar sua conduta para prevenção e tratamento
dessas alterações.
Descritores: Enfermagem; Desequilíbrio acidobásico; Unidade de Terapia Intensiva.