IMPLANTE VALVA-EM-VALVA DE PRÓTESE VALVAR EM POSIÇÃO MITRAL VIA TRANSAPICAL – REVISÃO DA LITERATURA -
Autor(es):
SIMÃO, ANTÔNIO FELIPE LEITE
Palavras Chaves:
Não informado
Ano de Publicação:
2017
Resumo:
Devido ao grande contingente de cirurgias de troca valvar, principalmente a partir de 2005, vem aumentando proporcionalmente a quantidade de cirurgias de re-troca valvar e, com elas, a idade dos pacientes submetidos ao procedimento, este de alto risco pré-operatório para idosos. Deste modo, novas tecnologias vem sendo empregadas para desenvolver técnicas menos invasivas que auxiliarão sobremaneira tais pacientes. De todos, os pacientes portadores de doença valvar mitral são os mais beneficiados, visto que são considerados o grupo de maior mortalidade em escores de pré-operatório. A disfunção de prótese mitral, que culminará na necessidade de nova troca valvar, pode se processar por regurgitação ou estenose, ambas com mecanismos fisiopatológicos bem definidos e distintos. Na primeira, predomina o mecanismo de deterioração progressiva da prótese culminando em rasgadura dos folhetos, já na segunda, desenvolve-se calcificação, a principal fisiopatologia associada. Na abordagem transcateter da disfunção mitral, é de fundamental importância identificar tais mecanismos envolvidos e caracterizá-los em cada paciente. Com essa finalidade, o ecocardiograma transesofâgico (ECO-TE) e a tomografia computadorizada demonstram ser ferramentas úteis em todos os estágios daquela abordagem terapêutica, principalmente o ECO-TE. Esse método auxilia na identificação da doença, caracterização do estágio em que se encontra, condição funcional do miocárdio, não só durante o transoperatório, mas também na UTI pós-operatória e no período tardio. O detalhamento técnico deste método deve ser exaustivamente discutido e treinado, na medida em que pode ter repercussões bastante deletérias em se tratando de má adequação e mau posicionamento no implante de próteses Valva-em-valva. A via de acesso ideal para o procedimento parece ser a transapical, embora a abordagem transvenosa-transeptal tem sido utilizado com relativo sucesso, evitando a necessidade de uma toracotomia e, possivelmente, de anestesia geral. Atualmente, as próteses transcateter figuram inclusive em cenários de urgência, implantadas em pacientes em estado de choque cardiogênico e insuficiência mitral aguda descompensada. Em recente estudo, demonstrou-se a utilização de próteses transcateter na doença valvar aórtica em pacientes de risco cirúrgico intermediário. Percebe-se, como resultado, que não houve diferença na mortalidade, índice de complicações cerebrovasculares, tampouco diferença entre os grupos transcateter e cirúrgico quanto ao ganho de área valvar. A despeito de aproximadamente 27% dos pacientes manterem algum nível vazamento paravalvar após o procedimento, hoje apresenta-se como importante método de tratamento para doentes de risco até intermediário como alternativa ao padrão ouro, a cirurgia de troca valvar. A abordagem minimamente invasiva percutânea se mostra uma
terapêutica factível, descomplicada e, quando bem indicada, como nos casos de re-operação de prótese mitral, onde existe alto risco cirúrgico de morbimortalidade, pode figurar como tratamento padrão em determinados subgrupos de pacientes. Necessita ainda de melhorias técnicas para se expandir como técnica substitutiva da cirurgia corretiva na população em geral, vendo que ainda se mostra inferior em aspectos definidores de sucesso de uma substituição valvar mitral cirúrgica.
Palavras-chave: Prótese valvar mitral. Disfunção de prótese. Via transapical. Valva-em-Valva.
Abstract:
Due to the large contingent of valve replacement surgeries, especially since 2005, the number of valvar re-exchange surgeries has increased proportionately and, with them, age of the patients submitted to the procedure, high risk for elderly. In this way, new technologies have been used to develop less invasive techniques that will greatly aid such patients. Of all of them, mitral valve disease are the most benefited, since they are considered group with the highest mortality in preoperative scores. Mitral prosthesis dysfunction, which will culminate in the need for new valve replacement, may be due to regurgitation or stenosis, both with well defined and distinct pathophysiological mechanisms. In the first, the mechanism of progressive deterioration of the prosthesis prevails, culminating in the tearing of the leaflets, while in the second, calcification, the main associated pathophysiology, which will develop. In transcatheter approach of mitral dysfunction, it is of fundamental importance to identify such mechanisms involved and to characterize them in each patient. For this purpose, transesophageal echocardiography (TE-ECHO) and computed tomography have proved to be useful tools at all stages of this therapeutic approach, especially TE-ECHO. This method assists in the identification of the disease, characterization of the stage in which it is found, functional condition of the myocardium, not only during the intraoperative period, but also in the postoperative ICU and in the late period. The technical detail of this method must be thoroughly discussed and trained, since it can have quite deleterious repercussions in the case of maladaptation and malposition in the implant of Valva-in-valve prostheses. The optimal access route for the procedure appears to be transapical, although the transvenous-transeptal approach has been used with relative success, avoiding the need for thoracotomy and possibly general anesthesia. Currently, transcatheter prostheses are included in emergency scenarios, implanted in patients in a state of cardiogenic shock and acute decompensated mitral insufficiency. A recent study has demonstrated the use of transcatheter prostheses in aortic valve disease in patients at intermediate surgical risk. As a result, it was observed that there was no difference in mortality, cerebrovascular complications index, or difference between the transcatheter and surgical groups regarding valvular area gain. Despite the fact that approximately 27% of the patients maintain some level of paravalvular leak after the procedure, today it is an important treatment method for patients from risk to intermediate as an alternative to the gold standard, valve replacement surgery. The minimally invasive percutaneous approach shows a feasible, uncomplicated and, when indicated, as in cases of reoperation of mitral prosthesis, where there is a high surgical risk of morbidity and mortality,
it may appear as standard treatment in certain subgroups of patients. It still needs technical improvements to expand as a substitutive technique of corrective surgery in the general population, seeing that it is still inferior in aspects that define the success of a surgical mitral valve replacement.
SIMÃO, ANTÔNIO FELIPE LEITE. IMPLANTE VALVA-EM-VALVA DE PRÓTESE VALVAR EM POSIÇÃO MITRAL VIA TRANSAPICAL – REVISÃO DA LITERATURA -. 2017. 28 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em 2017) - Universidade Estadual do Ceará, , 2017. Disponível em: Acesso em: 9 de outubro de 2024
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