Essa dissertação consiste numa análise da formação do Estado na sociedade capitalista,
mormente no contexto de crise do capital, apontando, nestes termos, as suas estratégias de
sustentação e influência no complexo da educação vivenciado pela classe trabalhadora. Nestes
termos, com base na perspectiva marxiana, a pesquisa tem cunho teórico-bibliográfico, pois
busca identificar a categoria Estado, sobretudo, em Marx e seus interpretes, como Mészáros,
com foco na articulação dialética entre o sistema sociometabólico do capital e do Estado
moderno. Para tanto, apresentamos, inicialmente, a fundamentação histórica do Estado,
detalhando a sua gênese e o seu desenvolvimento, tomando a categoria ontológica do trabalho
como fundante do gênero humano e especificando seu lugar nos modos de produção,
ancorados em autores como Perry Anderson e Leo Hubermam. Em seguida, situamos o
Estado no contexto da crise estrutural do capital, numa abordagem teórica, ilustramos como
este se torna a estrutura de comando do capital neste momento histórico. Por fim, no terceiro
momento, demonstramos a articulação do Estado com capital no processo de divisão
internacional do trabalho e adequação da educação, enquanto política social, trazendo os
elementos da educação ao longo dos modos de produção, bem como as questões relativas
divisão do trabalho e a sua relação com a educação fundamentado nas obras de Marx e Engels.
No cenário atual, destacamos que a relação entre Estado, organismos internacionais e
mercado na regulação das reformas e das políticas educacionais tem como finalidade atender
aos interesses do mercado em crise profunda, implementando uma formação mínima para a
classe trabalhadora. Asseveramos, portanto, que a contraofensiva do capital, mediado pelo
Estado, assume as personificações do capital, na superação e/ou administração da crise
estrutural do capital: fortalece de um lado, o sistema sociometabólico do capital e, por outro,
dificulta para a classe trabalhadora possibilidades de uma formação humana emancipatória.
Palavras-chave: Estado. Crise estrutural do capital. Educação.