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Repositório Institucional - UECE
Título:
FAMÍLIA E ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL: SENTIDOS, PRÁTICAS E ITINERÁRIOS TERAPÊUTICOS

Autor(es):
VASCONCELOS, MARDÊNIA GOMES FERREIRA

Palavras Chaves:
Não informado

Ano de Publicação:
2014

Resumo:
O debate sobre família e o cuidado no contexto da saúde mental ganhou evidencia a partir das mudanças políticas, especialmente com a reorientação do modelo de atenção e tem se configurado como objeto relevante na produção do cuidado psicossocial e participação social. Fundamentado nos referenciais da antropologia médica, que contribuem para uma nova compreensão dos problemas de saúde mental, agregando clínica e antropologia, objetivou-se compreender os sentidos, significados e práticas da família em busca de cuidado em saúde mental a partir da análise dos itinerários terapêuticos e redes de apoio sociais acessadas pela família. Neste processo explorou-se o cotidiano das famílias e os sentidos atribuídos ao tratamento / cura da doença mental, bem como a interação estabelecida com a rede de atenção psicossocial em seus desafios e limites. Optou-se pela pesquisa com abordagem qualitativa, numa perspectiva hermenêutica. Foi adotado como ponto de partida para o cenário da pesquisa o Centro de Atenção Psicossocial Geral (CAPS Geral), e no decorrer da pesquisa de campo acessaram-se os territórios em que se localizavam as redes sociais das famílias. A investigação contou com 24 participantes, sendo 13 informantes familiares, quatro informantes das redes de suporte sociais dos bairros, entre estes, um pastor, um padre, um presidente do centro espírita, além do líder comunitário do bairro Vila União. A pesquisa também teve a contribuição de profissionais dos serviços formais de saúde, sendo três profissionais da equipe multiprofissional do CAPS, dois profissionais do hospital psiquiátrico, um agente comunitário de saúde e um enfermeiro da Unidade de Atenção Primária à Saúde. Para coleta de informações utilizaram-se as técnicas de entrevista em profundidade, a observação sistemática, o genograma e o ecomapa. Nesse processo, seguiram-se os preceitos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos. As narrativas foram analisadas sob os pressupostos do modelo de “sistemas de signos, significados e práticas” de Bibeau e Corin (1995) e a proposta de análise holística dos itinerários terapêuticos de Trad. Os resultados foram organizados em categoria uma central denominada: “As famílias e os cotidianos: sentidos, práticas e itinerários terapêuticos”, e discutidas em subcategorias: Os cotidianos das famílias: sentidos e práticas; As redes formais e informais acessadas pelas famílias; Itinerários terapêuticos: limites e possibilidades na
relação com a rede de atenção psicossocial. Identificou-se uma forte relação das famílias com as redes de apoio social, descritas como rede de solidariedade. Dentre estas redes, foi destaque as experiências religiosas de fundamentação pentecostal e espírita que possuem grande influencia na compreensão dos sentidos e significados da doença mental e da cura. No entanto, observou-se um reduzido diálogo entre as arenas de cuidado formais e informais no processo de produção de cuidado em saúde mental, o que indica o reconhecimento que a atenção psicossocial ainda carece de avanços na consolidação de uma escuta que considere as singularidades das famílias e sua coparticipação e corresponsabilização na busca de cuidados em saúde mental.
Palavras-chave: Saúde Mental. Família. Cuidado. Itinerário terapêutico. Rede de apoio social.

Abstract:
The debate about family and care in the mental health context has gained evidence from the political changes, especially with the reorientation of the care model and has been configured as a relevant object in the production of psychosocial care and social participation. This interaction is often permeated by pain, suffering and subjectivities that affect the subject. Based on references of medical anthropology, which contribute for a new understanding of mental health problems, jointly with the clinical and the anthropology, the purpose was understand the meanings about family practice care in a journey for mental health care from the analysis of therapeutic itineraries and networks social support accessed. In this process were explored the families’ quotidian and the meanings attributed to the treatment / cure of mental illness, as well as the established interaction with the network of psychosocial care in their challenges and limits. The qualitative research was chosen, through a hermeneutic perspective. The General Psychosocial Care Center (CAPS General) was adopted as a starting point for the research scenario, and during the field survey, territories in which were located the social networks of families were accessed. The research included 24 participants, 13 family informants, four informants from the social support networks of neighborhoods, among them, a pastor of the Universal Church, a priest of the Catholic Church, a spiritual center’s president, beyond the community leader of the Union Village neighborhood. The research also had the support from professionals of formal health services: three professionals from multidisciplinary team of general CAPS type II, two professionals from the Psychiatric Hospital, one community health agent (ACS) and one nurse from the Primary Health Care Unit. To collect the data, were used interviewing techniques in depth, systematic observation, the genogram and the eco-map. The ethical precepts of research involving human subjects were followed as reported by the Committee of Ethics in Research of the Universidade Estadual do Ceará (UECE) under number 501 422. Data were analyzed based on the theory of Ricoeur's hermeneutics. The results were organized in a central category called: "Families and quotidian: meanings, practices and therapeutic itineraries", and discussed in sub-categories: the families’ quotidian: meanings and practices; Formal and informal networks accessed by families; Therapeutic itineraries: limits and possibilities in relation to the network of psychosocial care. A strong relationship of families with social support
networks was identified, described as solidarity network. Among these networks, were featured religious experiences Pentecostal and spiritualist that have great influence on the understanding of the meanings of mental illness and healing. However, a reduced dialogue between formal and informal care arenas and in the production process of care in mental health was observed, which leads us to recognize that psychosocial care still needs to advance in the consolidation of listening, considering the singularities of families and increase the co-participation and co-responsibility in the seeking of mental health care.
Keywords: Mental Health. Family. Health Care. Therapeutic itinerary. Social network.

Tipo do Trabalho:
Tese

Referência:
VASCONCELOS, MARDÊNIA GOMES FERREIRA. FAMÍLIA E ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL: SENTIDOS, PRÁTICAS E ITINERÁRIOS TERAPÊUTICOS. 2014. 160 f. Tese (Doutorado em 2014) - Universidade Estadual do Ceará, , 2014. Disponível em: Acesso em: 10 de maio de 2024

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