O objetivo deste estudo é compreender a construção do cuidado materno com o
prematuro durante a segunda fase do Método Canguru. Pesquisa em abordagem
qualitativa utilizou-se para coleta de dados entrevistas semiestruturadas com dez
mães da Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais Canguru da Maternidade
Escola Assis Chateaubriand da Universidade Federal do Ceará, no período de junho
a agosto de 2013. Os discursos foram gravados e todos os procedimentos éticos
foram respeitados. Utilizou-se para a organização dos conteúdos das entrevistas o
Círculo da Compreensão de Martin Heidegger, passando pelas etapas: posição
prévia Vorhabe; visão prévia Vorsicht e concepção prévia Vorgriff. Com suporte nos
depoimentos e no círculo de compreensão emergiram 31 significados relevantes,
sintetizados em dez unidades temáticas até serem reduzidas a duas: A fragilidade
do ser prematuro e O cuidado do ser prematuro no espaço hospitalar. Estas foram
analisadas à luz da fenomenologia, mediante os conceitos de Heidegger de sua obra
Ser e tempo. Observou-se que o cuidar se faz em modo de preocupação no instante
em que a presença materna consegue descobrir o ser – prematuro de forma
ontológica, desvelando-o além da concepção de fragilidade e do medo e, assim, a
vinculação se estreita e o cuidar vai se desenvolvendo. O estudo traz contribuições à
equipe que lida com esta população, por favorecer melhor compreensão do universo
deste ser-mãe e seu filho prematuro ante os cuidados.
Palavras-chave: Método Canguru; Comportamento Materno; Recém-Nascido.