A descentralização e a regionalização são o ponto de partida para a reorganização da
rede de atenção à saúde. Questão norteadora da pesquisa: como tem se dado a
atuação da CIR na governança da reestruturação das Redes de Atenção à Saúde
(RAS) na Primeira Região de Saúde do Estado do Ceará? Objetivo geral: analisar a
atuação da Comissão Intergestores Regional (CIR) na governança do processo de
reestruturação das Redes de Atenção à Saúde na Primeira Região de Saúde do
Ceará. Objetivos específicos: caracterizar as redes locais de saúde dos sistemas
municipais da Primeira Região de Saúde do Ceará; identificar as contribuições da
Comissão Intergestores Regional (CIRs) da 1ª CRES na governança regional para a
estruturação da RAS na Primeira Região de Saúde do Ceará. Técnicas de produção
dos dados: entrevista, observação direta e análise documental. Sujeitos: gestores da
saúde, secretários municipais e coordenadores regionais de saúde dos municípios
Aquiraz, Eusébio, Fortaleza e Itaitinga. Campo da pesquisa: Secretarias Municipais
de Saúde e Coordenadorias Regionais de Saúde; reuniões da CIR no período de 2016
a 2017. Quanto à governança na saúde, os interlocutores afirmaram que os gestores
municipais têm grande influência na definição das políticas regionais de saúde através
dos canais de governança (CIB/CIR) quando pactuam e negociam estratégias e
prioridades entre Estado e municípios, bem como fortalecem a gestão regional da
saúde. O Ministério da Saúde segue sendo o grande protagonista da organização do
SUS como detentor do poder regulatório com suas normativas e portarias. A esfera
nacional é centralizadora do poder, restando às instâncias subnacionais a governança
que operacionaliza a política. O que se poderia chamar de “operacional” ou
“procedimental”, uma vez que os secretários de saúde não decidem sobre a política,
mas apenas fazem acordo sobre procedimentos que já vêm determinado desde o
nível central para os municípios. Seus poderes estão limitados a pactuações e
acordos sobre como dar encaminhamento a decisões políticas previamente
determinadas em instâncias superiores.
Palavras-chave: Regionalização. Redes de Atenção à Saúde. Governança.
Comissão Intergestores Regional.