A VITAMINA D E SUA ASSOCIAÇÃO COM COMPLICAÇÕES CLÍNICAS E
METABÓLICAS EM PACIENTES SUBMETIDOS À TRANSPLANTE RENAL
Autor(es):
BARROS, LÍVIA SAMPAIO
Palavras Chaves:
Não informado
Ano de Publicação:
2018
Resumo:
Introdução: Níveis ideais de vitamina D têm sido associados com a redução do risco de doenças crônicas, como diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e câncer, entre outras. Essas e outras patologias são mais prevalentes em receptores de transplante renal do que em indivíduos saudáveis, em virtude da medicação imunossupressora. Não existem recomendações específicas para o manejo da insuficiência/deficiência de vitamina D em pacientes transplantados. Objetivos: O objetivo do presente estudo foi investigar o estado da vitamina D pós-transplante e correlaciona-lós com as complicações clínicas e metabólicas pós-transplante. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte prospectivo descritivo realizado no Hospital Geral de Fortaleza/CE (HGF), incluindo pacientes submetidos ao transplante renal no período de abril de 2017 a fevereiro de 2018, com seguimento desde a realização do transplante até os seis primeiros meses pós-transplante. Os dados clínicos e laboratoriais foram coletados através dos prontuários e das fichas de seguimento ambulatorial e as variáveis antropométricas foram obtidas em consultas periódicas com os pacientes. Para avaliar a associação entre o estado da vitamina D e as complicações clínicas e metabólicas, os pacientes foram divididos em dois grupos em relação ao estado da vitamina D: deficiente/insuficiente (grupo I) e suficiente (grupo II). Foram utilizados os testes t de Student, para análise de grupos, quando as variáveis apresentavam distribuição normal, e Wilcoxon-Mann- Whitney quando pelo menos uma delas tinha distribuição não normal. Para comparação de três ou mais grupos, os testes utilizados foram ANOVA de um fator e Kruskal-Wallis para, respectivamente, distribuição normal e não normal. Foram também realizados testes de associação utilizando os testes de qui-quadrado/exato de Fisher. Resultados:A classificação do estado da vitamina D na população em estudo foi de 7,9 % de deficiência, 69,8% de insuficiência e 22,2 % de suficiência após seis meses de transplante e observou-se que 55,6% dos pacientes não alteraram a sua classificação ao longo de seis meses, 22,2% melhoraram e 22,2% apresentaram piora na classificação. O sexo feminino e a cor negra do receptor associaram-se a níveis significativamente menores de vitamina D. O uso ou não de protetor solar não esteve associado ao estado da vitamina D, bem como não foi encontrada diferença significativa nos níveis de vitamina D dos pacientes que usaram ou não a prednisona. Entre as complicações clínicas (rejeição aguda, 8 infecções, reinternamentos e alteração na função renal) e metabólicas (diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemia, síndrome metabólica e obesidade), não foi observada diferença estatisticamente significante na prevalência entre os grupos I e II. Foram detectados níveis significativamente mais baixos de hemoglobina/hematócrito e mais altos de triglicerídeos nos pacientes deficientes/insuficientes em vitamina D. Não houve associação entre os níveis de vitamina D e o estado nutricional avaliado pelo IMC e albumina, e em relação ao risco cardiovascular, observou-se uma diferença significativa na relação CC/CQ aos 3 e 6 meses pós-transplante entre os grupos, com valores maiores nos pacientes deficientes/insuficientes. Conclusão: A prêvalencia de hipovitaminose D no grupo de transplantados renais foi elevada e a maior parte dos receptores não apresentou alteração na classificação do estado da vitamina D ao longo de seis meses. Embora tenham sido observada poucas associações significativas entre a hipovitaminose D e as variáveis clínicas, antropométricas, laboratoriais e metabólicas pesquisadas, estudos adicionais com maior tempo de seguimento são necessários. Palavra-chave: Transplante renal. Vitamina D. Deficiência de vitamina D
Abstract:
Introduction: Ideal levels of vitamin D have been associated with reduced risk of chronic diseases, such as diabetes mellitus, cardiovascular disease and cancer, among others. These and other pathologies are more prevalent in renal transplant recipients than in healthy individuals because of immunosuppressive medication. There are no specific recommendations for the management of vitamin D deficiency / deficiency in the transplanted patient. Objectives: The objective of the present study was to investigate the post-transplant vitamin D status and to correlate this state with post-transplant clinical and metabolic complications. Methods: This is a prospective, descriptive cohort study performed at the Hospital Geral de Fortaleza / CE (HGF), including patients submitted to renal transplantation from April 2017 to February 2018, with follow-up from the transplant to the first six months after transplantation. Clinical and laboratory data were collected through medical records and records of outpatient follow-up and anthropometric variables were obtained in periodic consultations with patients. To assess the association between vitamin D status and clinical, metabolic and complications, patients were divided into two groups in relation to vitamin D status: deficient / insufficient (group I) and sufficient (group II). Student ttests were used for group analysis when the variables were normal and Wilcox on- Mann-Whitney when at least one of them had a non-normal distribution. For comparison of three or more groups, the tests used were one-way ANOVA and Kruskal-Wallis for, respectively, normal and non-normal distribution. Association tests were also performed using the chi-square / Fisher's exact tests. Results: Vitamin D status in the study population was 7.9% deficiency, 69.8% insufficiency and 22.2% sufficiency after six months of transplantation, and it was observed that 55.6% of the patients did not change their classification over six months, 22.2% improved and 22.2% presented worsening in the classification. The female gender and the black ethnicity of the receptors were associated with significantly lower levels of vitamin D. Whether or not sunscreen was used was not associated with vitamin D status, nor was there a significant difference in vitamin D levels in patients who used or did not use prednisone. Among the clinical complications (acute rejection, infections, readmissions and alteration in renal function) and metabolic (diabetes mellitus, hypertension, dyslipidemia, metabolic syndrome and obesity), there was no statistically significant difference in prevalence 10 between groups I and II. Significantly lower levels of hemoglobin / hematocrit and higher triglycerides were detected in patients deficient / insufficient in vitamin D. There was no association between vitamin D levels and nutritional status assessed by BMI and albumin, and in relation to cardiovascular risk, a significant difference was observed in the CC / QC ratio at 3 and 6 months post-transplant between groups, with higher values in the deficient / insufficient patients. Conclusion: The prevalence of hypovitaminosis D in the renal transplant group was high, and most receptors did not present alterations in vitamin D status over six months. Although few significant associations have been observed between hypovitaminosis D and the clinical, anthropometric, laboratory and metabolic variables studied, additional studies and longer follow-up are required. Keywords: Renal transplant. Vitamin D. vitamin D deficiency
Tipo do Trabalho:
Dissertação
Referência:
BARROS, LÍVIA SAMPAIO. A VITAMINA D E SUA ASSOCIAÇÃO COM COMPLICAÇÕES CLÍNICAS E
METABÓLICAS EM PACIENTES SUBMETIDOS À TRANSPLANTE RENAL. 2018. 143 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2018) - Universidade Estadual do Ceará, , 2018. Disponível em: Acesso em: 2 de maio de 2024
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