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Repositório Institucional - UECE
Título:
TU É DOIDO, MACHO! A variação das formas de tratamento no falar de Fortaleza

Autor(es):
GUIMARÃES, TATIANE DE ARAÚJO ALMEIDA STUDART

Palavras Chaves:
Não informado

Ano de Publicação:
2014

Resumo:
Este estudo, que tem seus alicerces teóricos fundados na Teoria da Variação e da Mudança
Linguística (LABOV, 1994; 2008 [1972]; WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]),
na Teoria da Polidez (BROWN; LEVINSON, 1987) e na Teoria do Poder e da Solidariedade
(BROWN; GILMAN, 1960), aborda as formas de tratamento pronominais tu, você, cê e o(a)
senhor(a) e as formas de tratamento nominais macho, rapaz, mulher, minha filha, cara e meu
amigo no falar popular de Fortaleza-CE. Com o objetivo de estudarmos os fatores linguísticos
e extralinguísticos que influenciam essas formas de tratamento, bem como avaliarmos se
temos algumas destas formas em processo de mudança, selecionamos 53 informantes do
banco de dados NORPOFOR (Norma Oral do Português Popular de Fortaleza) e analisamos
apenas os inquéritos do tipo D2 (Diálogo entre Dois Informantes). Nossos informantes foram
estratificados em função do gênero, da faixa etária (15 a 25 anos; 26 a 49 anos; a partir dos 50
anos) e da escolaridade (0 a 4 anos; 5 a 8 anos; 9 a 11 anos). Com o auxílio do GoldVarb X,
obtivemos os seguintes resultados: para as formas pronominais- tu com 47,2%, você com
46,5%, o senhor(a) com 4,3%, o cê com 2% e ocê com 0,1%; e para as formas nominais:
macho com 39%, seguido de mulher com 26,9% e rapaz com 17%, cara com 5,2%, minha
filha com 4,3%, amiga com 3,3%, meu amigo com 1,5%, menina com 1,3%, meu filho com
1,1%, meu irmão com 0,2% e menino somente com 0,1%. O fator de maior relevância, para
cada análise, foi o seguinte: a) em tu x você, a entonação (interrogativa) para o tu, com
indícios de uma mudança em curso; b) em tu x você +cê, as variáveis se comportaram como
na rodada tu x você; c) em cê x você, a escolaridade (a mais baixa) para o cê; d) em o(a)
senhor(a) x você, o tipo de relato (reportado) para o(a) senhor(a); e) em macho x rapaz, a
faixa etária (os jovens) para o macho, sinalizando uma mudança linguística; f) em cara x
macho, a escolaridade (os menos escolarizados) para cara; g) em mulher x minha filha, a
faixa etária (os jovens) para mulher; h) em rapaz x cara, a escolaridade (a menor) se mostrou
relevante para rapaz. As formas de tratamento nominais, assim como o tu e você, são mais
produzidas nas relações de solidariedade, mas o mesmo não acontece com o(a) senhor(a). As
formas rapaz e você seriam consideradas neutras. O uso do cê ainda é muito escasso, já o ocê
praticamente não ocorre. Observou-se também que o uso de cara, macho e rapaz não se refere
apenas a homens e que todas as formas em estudo não são estigmatizadas pela comunidade
em estudo.
PALAVRAS-CHAVE: Formas de tratamento. Teoria Variacionista. Teoria da Polidez. Teoria
do Poder e da Solidariedade. Falar de Fortaleza.

Abstract:
This study, which has its theoretical foundation grounded in the Theory of Language
Variation and Change (LABOV, 1994; 2008 [1972]; WEINREICH; LABOV; HERZOG,
2006 [1968]), in Politeness Theory (BROWN; LEVINSON, 1987) and the Theory of Power
and Solidarity (BROWN; GILMAN, 1960), discusses the forms of treatment pronoun tu,
você, cê, o senhor and a senhora and nominal forms of treatment macho, rapaz, mulher,
minha filha, cara e meu amigo, popular talking of Fortaleza-CE. Aiming to study the
linguistic and extralinguistic factors that influence these forms of treatment, and assess if we
have some of these forms in the change process , we selected 53 informants bank
NORPOFOR ( Oral Norm Portuguese Popular of Fortaleza ) data and analyzed only
investigations of type D2 ( Dialogue between two informants ). Our informants were stratified
by gender, age group (15-25 years, 26-49 years, from 50 years) and education (0-4 years, 5-8
years, 9-11 years). With the aid of GoldVarb X, we obtained the following results:
pronominal forms – tu with 47.2 % , você with 46.5 %, o senhor and a senhora with 4.3 %, cê
with 2 % and ocê with 0.1%; and nominal forms: macho with 39% , followed by mulher with
26.9 % and rapaz with 17%, cara with 5.2%, minha filha with 4.3%, amiga with 3.3%, meu
amigo with 1.5%, menina with 1.3%, meu filho with 1.1%, meu irmão with 0.2% and menino
with only 0.1%. The most relevant factor for each analysis was as follows: a) tu x você,
intonation (interrogative) for tu, with evidence of a change in progress; b) tu x você +cê,
variables behaved as tu x você ; c) cê x você , schooling (lowest ) to cê ; d) o senhor and a
senhora x você, the type of report ( reported) for o senhor and a senhora; e) macho x rapaz,
age (youth) to the macho, signaling a language change; f ) cara x macho, education (less
educated) to cara; g) mulher x minha filha, age group (youth) for mulher; h ) rapaz x cara,
schooling (lowest) proved to be relevant for rapaz. Nominal forms of treatment , like tu e
você, are more produced in relations of solidarity , but the same does not happen with o
senhor and a senhora. Forms rapaz e você, would be considered neutral . The use of cê is still
very limited , and ocê practically does not occur . It was also observed that the use of cara,
macho e rapaz does not only refer to men and that all forms studied are not stigmatized by the
community under study.
KEYWORDS : Forms of treatment. Variationist theory. Politeness Theory. Theory of Power
and Solidarity. Talking of Fortaleza.

Tipo do Trabalho:
Dissertação

Referência:
GUIMARÃES, TATIANE DE ARAÚJO ALMEIDA STUDART. TU É DOIDO, MACHO! A variação das formas de tratamento no falar de Fortaleza. 2014. 237 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2014) - Universidade Estadual do Ceará, , 2014. Disponível em: Acesso em: 12 de maio de 2024

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