A pele é o maior órgão do corpo e desempenha funções importantes para sua
manutenção. Danos causados a ela podem constituir grande problemas, até mesmo
de saúde pública, devido à gravidade de suas lesões e ao grande número de
complicações. O delineamento de formas farmacêuticas tem como finalidade a
produção de medicamentos, dos quais, se destacam para este trabalho, os
encapsulados. A alantoína, substância orgânica que favorece a proliferação celular
cutânea, foi utilizada como agente encapsulado e a galactomanana como agente
encapsulante, que se comporta como polissacarídeo neutro, extraído do endosperma
das sementes de Delonix regia. Portanto os objetivos do presente trabalho foram
preparar micropartículas de galactomanana contendo alantoína pelo processo de
spray drying, avaliar suas características físico-químicas juntamente com sua
eficiência de encapsulação e de liberação controlada. As micropartículas preparadas
foram caracterizadas por infravermelho (IV); microscopia eletrônica de varredura
(MEV); análises termogravimétricas (TG) e calorimetria explanatória diferencial (DSC);
difração de raios-X (DRX) e eficiência de encapsulação. As informações obtidas nos
espectros de IV sugerem a formação da parede polimérica das cápsulas contendo
alantoína, pois os mesmos apresentaram picos espectrais da galactomanana pura e
das micropartículas galactomanana/alantoína bastante semelhantes assim como o
espectro das microcápsulas não mostraram os picos característicos do ativo
alantoína. As micropartículas apresentaram morfologia com intervalo de tamanho de
partícula média 2,84 ± 0,41μm, observadas através da análise do MEV, assim como
a mesma demonstrou que as partículas características do ativo alantoína
desapareceram, em sua maioria, mantendo a morfologia das microcápsulas
galactomanana/alantoína similar à da imagem da galactomanana pura. A Difração de
raios X mostrou a perda de cristalinidade do ativo após a encapsulação e a
calorimetria explanatória diferencial exibiu a perda do seu pico de fusão. A eficiência
de encapsulação para as micropartículas foi de aproximadamente 84% para as
diferentes condições ambientais, como temperaturas de 25°C e 60°C, e sob ação da
luz (λ). Os resultados de liberação controlada estão de acordo com a Farmacopeia
Brasileira 2010. O conjunto dos resultados obtidos neste trabalho é relevante e
credencia o sistema desenvolvido como uma possível alternativa para formação de
fármacos naturais encapsulados destinados a possíveis tratamentos de regeneração
celular cutânea, assim como o mesmo se destaque, perante a sociedade científica,
por ser o primeiro trabalho a encapsular a substância orgânica alantoína.
Palavras-chave: Microencapsulamento. Galactomanana. Alantoína.