Analisamos a estética da existência que emerge do cuidado de si e em que lugar na contemporaneidade podemos encontrar o cuidado de si bem como implicações sociais a partir da obra de Michel Foucault. Utilizando a análise genealógica foucaultiana presente nos últimos cursos do Collége de France, bem como nos dois últimos volumes da História da sexualidade, é possível compreender qual o significado do conceito de cuidado de si, suas finalidades, deslocamentos e rupturas determinados a partir de três períodos do pensamento filosófico, a saber: Filosofia da Antiguidade Clássica e tardia, filosofia ascética cristã e, por fim, o momento cartesiano designado pelo pensamento racional. Tais períodos compreendem respectivamente surgimento e ápice do conceito, declínio e ruptura com o pensamento filosófico. Portanto, a partir desta base teórica, apontaremos como o cuidado de si pode ser resgatado na contemporaneidade, qual o lugar do cuidado de si na sociedade contemporânea, como se dá a relação entre cuidado de si e os sujeitos contemporâneos. A relação do cuidado de si e a contemporaneidade acontecem sob duas perspectivas distintas: a de um ethoscomo atitude crítica limite que permite aos sujeitos pensar a própria vida e seu tempo presente, o que possibilita ao sujeito constituir e governar a si mesmo tendo como objetivo uma estética da existência; por outro lado temos o cuidado de si que é transformado em mercadoria. Fetichizado, o cuidado de si torna-se ferramenta dos dispositivos modernos de dominação, contribui para estabelecer a noção de beleza, saúde e felicidade baseadas no consumo e na obediência à normatividade estabelecida pelo mercado, fazendo surgir assim um novo significado de cuidado de si. Palavras-chave: Cuidado de si. Sujeito. Estética. Corpo. Fetichismo.

We analyze the aesthetics of existence that emerges from the care of oneself and in which place in the contemporaneity we can find the care of itself as well as social implications from the work of Michel Foucault. Using the Foucaultian genealogical analysis present in the last years of the Collège de France, as well as in the last two volumes of the History of sexuality, it is possible to understand the meaning of the concept of self care, its purposes, displacements and ruptures determined from three periods Of philosophical thought, namely: Philosophy of Classical and Late Antiquity, Christian ascetic philosophy and, finally, the Cartesian moment designated by rational thought. These periods respectively comprise the emergence and apex of the concept, decline and rupture with philosophical thought. Therefore, from this theoretical basis, we will point out how the care of self can be rescued in the contemporary, which is the place of caring for oneself in contemporary society, as the relationship between self care and contemporary subjects. The relationship between self-care and contemporaneity takes place under two distinct perspectives: that of an ethos as a critical limiting attitude that allows subjects to think about their own life and their present time, which enables the subject to constitute and govern himself with the objective of Aesthetics of existence; On the other hand we take care of itself that is turned into merchandise. Fetishized, caring for oneself becomes a tool of modern devices of domination, contributes to establish the notion of beauty, health and happiness based on consumption and obedience to the normativity established by the market, thus giving rise to a new meaning of self-care. Keywords: Care of each other. Subject. Aesthetics. Body. Fetishism.