Violência, mito e destino: para uma crítica do direito com base
em Walter Benjamin
Autor(es):
Rodrigues, Ivoneide Fernandes
Palavras Chaves:
Não informado
Ano de Publicação:
2010
Resumo:
O texto Zur Kritik der Gewalt [1920/21(?)], de Walter Benjamin (1892-1940), nos
apresenta uma crítica radical do Direito. Para o autor, tanto o Direito Natural como o
Direito Positivo justificam uma forma de poder que é também uma forma de
violência, assim como a violência sob a forma de poder. O poder-violência (Gewalt)
está presente na instituição e na preservação do Direito. Para melhor esclarecermos
essa relação do poder-violência com o Direito, recorremos a Thomas Hobbes, como
representante do Direito Natural, e a Friedrich Carl von Savigny, da Escola Histórica
do Direito, como o teórico do Direito Positivo. Como instituição que instaura e
conserva o poder-violência, o Direito é uma forma de poder mítica, que mantém o
homem sob as forças naturais que se subsistem num círculo mítico sustentado na
condenação, na culpa e na expiação – portanto, na ordem do destino. Para
Benjamin, a ruptura com o poder-violência mítica do Direito somente é possível pela
interrupção de um poder-violência pura, que não institua nem mantenha o Direito, tal
como o é o poder-violência divino. Para melhor compreendermos a radicalidade do
conceito de violência pura benjaminiano, confrontamo-la ao final às considerações
sobre a violência de Hannah Arendt.
In Zur Kritik der Gewalt [1920/21(?)], Walter Benjamin (1892-1940) presents a radical
critique of the Law. For Benjamin, Law, whether Natural Law or Positive Law,
justifies a form of power that is also a form of violence. This “power-violence”
(Gewalt) is present in the institution and preservation of Law. To clarify the
relationship between power-violence and the Law, we review Thomas Hobbes, as
representative of Natural Law, and Friedrich Carl von Savigny, from the historical
school of jurists, as theorist of Positive Law. As an institution that establishes and
preserves power-violence, the Law is a form of mythical power that keeps man
under natural forces maintained in a mythical circle sustained by condemnation, guilt
and expiation – altogether, in the order of destiny. For Benjamin, a break from the
mythical power-violence of the Law is possible only through an interruption by pure
power-violence, which neither establishes nor preserves the Law, such as divine
power-violence. To highlight the radicality of Benjamin‟s concept of pure powerviolence, we conclude with a review of Hannah Arendt‟s treatment of violence.
Keywords: Power. Violence. Law. Myth. Destiny
Tipo do Trabalho:
Dissertação
Referência:
Rodrigues, Ivoneide Fernandes. Violência, mito e destino: para uma crítica do direito com base
em Walter Benjamin. 2010. 97 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2010) - Universidade Estadual do Ceará, , 2010. Disponível em: Acesso em: 19 de maio de 2024
Universidade Estadual do Ceará - UECE | Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação - DETIC
Política de Privacidade e Segurança Build 1