Desmistificando a neutralidade em ad via sistema de avaliatividade: um estudo exploratório-descritivo sobre a assinatura avaliativa do audiodescritor de curtas de temática LGBT
Autor(es):
Oliveira Júnior, Juarez Nunes de
Palavras Chaves:
Não informado
Ano de Publicação:
2016
Resumo:
RESUMO
A pesquisa relatada nesta tese insere-se na área dos Estudos Descritivos da Tradução-EDT e, nela, na subárea Tradução Audiovisual Acessível-TAVa. No âmbito da TAVa, uma de suas modalidades é a audiodescrição-AD. A AD é um dispositivo linguístico desenvolvido para favorecer a acessibilidade a produtos (audio)visuais por pessoas com deficiência visual-PcDVs, contribuindo para seu empoderamento sensorial, inclusive como fruidoras de arte. Ainda há quem defenda que um roteiro de AD tem de ser neutro. Portanto, a neutralidade é um dos pontos de vista que suscita pesquisas em AD. Pode ser verificado se ela se realiza de fato nos roteiros, o que já foi feito por Praxedes Filho e Magalhães (2013; 2015), os quais demonstraram a impossibilidade de sua existência. Logo, pode-se agora verificar como roteiros de AD são não-neutros/avaliativos por meio de pesquisas sobre estilo interpretativo: assinatura avaliativa do audiodescritor ou estilo avaliativo do roteiro. No âmbito da pesquisa sobre estilo interpretativo em AD, pretendi responder as seguintes perguntas sobre filmes de curta-metragem de temática LGBT, pertencentes aos gêneros fílmicos ‗ficção‘ e ‗documentário‘: 1) existem padrões de uso avaliativo/interpretativo da língua em roteiros de AD por gênero fílmico que possam vir a caracterizar a assinatura avaliativa do audiodescritor?; 2) quais as características da assinatura avaliativa por gênero fílmico, em termos dos padrões avaliativos/interpretativos que possam emergir?; e 3) quais as diferenças e/ou semelhanças entre as assinaturas avaliativas por gênero fílmico? Metodologicamente, tratou-se de uma pesquisa de cunho exploratório-descritivo, cujo corpus constitui-se de três roteiros de AD por gênero fílmico, elaborados por um mesmo participante/audiodescritor. O aparato analítico foi o Sistema de Avaliatividade-SA (MARTIN; WHITE, 2005), no escopo da Linguística Sistêmico-Funcional-LSF. Na análise, considerei os seis níveis de delicadeza propostos pelo SA e a categorização se deu nas hierarquias palavra/grupo/oração/complexo oracional, tendo transcendido para trechos de texto (PRAXEDES FILHO; MAGALHÃES, 2013; 2015). Quanto aos resultados, as perguntas ficaram assim respondidas: 1) padrões avaliativos/interpretativos existem por gênero fílmico; 2) as assinaturas avaliativas do audiodescritor apresentam, resumidamente, estas características: 1) gênero ‗ficção‘: ‗atitude‘ por tipos de ‗julgamento‘/‗estima social‘ e tipos de ‗afeto‘; ‗engajamento‘ por ‗monoglossia‘; ‗gradação‘ por ‗foco‘, tipos de ‗força‘/‗quantificação‘; e 2) gênero ‗documentário‘: ‗atitude‘ por tipos de ‗julgamento‘/‗estima social‘, ‗afeto‘/‗segurança‘ e ‗apreciação‘/‗composição‘; ‗engajamento‘ por ‗monoglossia‘; ‗gradação‘ por ‗força‘/‗intensificação‘e ‗força‘/‗quantificação‘; 3) há mais diferenças do que semelhanças entre as assinaturas
avaliativas. Ao término desta tese, espero ter acrescentado conhecimento novo, via SA, aos Estudos da Tradução, mais especificamente àqueles relacionados à TAVa/AD e ter contribuído, por meio das assinaturas avaliativas, para o melhor entendimento das características do registro pesquisado e, assim, para um delineamento mais refinado do conjunto de parâmetros usados na elaboração de roteiros de AD.
Palavras-chave: Audiodescrição. Sistema de Avaliatividade. Assinatura Avaliativa. Filmes de curta-metragem. LGBT.
Abstract:
A pesquisa relatada nesta tese insere-se na área dos Estudos Descritivos da Tradução-EDT e, nela, na subárea Tradução Audiovisual Acessível-TAVa. No âmbito da TAVa, uma de suas modalidades é a audiodescrição-AD. A AD é um dispositivo linguístico desenvolvido para favorecer a acessibilidade a produtos (audio)visuais por pessoas com deficiência visual-PcDVs, contribuindo para seu empoderamento sensorial, inclusive como fruidoras de arte. Ainda há quem defenda que um roteiro de AD tem de ser neutro. Portanto, a neutralidade é um dos pontos de vista que suscita pesquisas em AD. Pode ser verificado se ela se realiza de fato nos roteiros, o que já foi feito por Praxedes Filho e Magalhães (2013; 2015), os quais demonstraram a impossibilidade de sua existência. Logo, pode-se agora verificar como roteiros de AD são não-neutros/avaliativos por meio de pesquisas sobre estilo interpretativo: assinatura avaliativa do audiodescritor ou estilo avaliativo do roteiro. No âmbito da pesquisa sobre estilo interpretativo em AD, pretendi responder as seguintes perguntas sobre filmes de curta-metragem de temática LGBT, pertencentes aos gêneros fílmicos ‗ficção‘ e ‗documentário‘: 1) existem padrões de uso avaliativo/interpretativo da língua em roteiros de AD por gênero fílmico que possam vir a caracterizar a assinatura avaliativa do audiodescritor?; 2) quais as características da assinatura avaliativa por gênero fílmico, em termos dos padrões avaliativos/interpretativos que possam emergir?; e 3) quais as diferenças e/ou semelhanças entre as assinaturas avaliativas por gênero fílmico? Metodologicamente, tratou-se de uma pesquisa de cunho exploratório-descritivo, cujo corpus constitui-se de três roteiros de AD por gênero fílmico, elaborados por um mesmo participante/audiodescritor. O aparato analítico foi o Sistema de Avaliatividade-SA (MARTIN; WHITE, 2005), no escopo da Linguística Sistêmico-Funcional-LSF. Na análise, considerei os seis níveis de delicadeza propostos pelo SA e a categorização se deu nas hierarquias palavra/grupo/oração/complexo oracional, tendo transcendido para trechos de texto (PRAXEDES FILHO; MAGALHÃES, 2013; 2015). Quanto aos resultados, as perguntas ficaram assim respondidas: 1) padrões avaliativos/interpretativos existem por gênero fílmico; 2) as assinaturas avaliativas do audiodescritor apresentam, resumidamente, estas características: 1) gênero ‗ficção‘: ‗atitude‘ por tipos de ‗julgamento‘/‗estima social‘ e tipos de ‗afeto‘; ‗engajamento‘ por ‗monoglossia‘; ‗gradação‘ por ‗foco‘, tipos de ‗força‘/‗quantificação‘; e 2) gênero ‗documentário‘: ‗atitude‘ por tipos de ‗julgamento‘/‗estima social‘, ‗afeto‘/‗segurança‘ e ‗apreciação‘/‗composição‘; ‗engajamento‘ por ‗monoglossia‘; ‗gradação‘ por ‗força‘/‗intensificação‘e ‗força‘/‗quantificação‘; 3) há mais diferenças do que semelhanças entre as assinaturas
avaliativas. Ao término desta tese, espero ter acrescentado conhecimento novo, via SA, aos Estudos da Tradução, mais especificamente àqueles relacionados à TAVa/AD e ter contribuído, por meio das assinaturas avaliativas, para o melhor entendimento das características do registro pesquisado e, assim, para um delineamento mais refinado do conjunto de parâmetros usados na elaboração de roteiros de AD.
Palavras-chave: Audiodescrição. Sistema de Avaliatividade. Assinatura Avaliativa. Filmes de curta-metragem. LGBT.
Tipo do Trabalho:
Tese
Referência:
Oliveira Júnior, Juarez Nunes de. Desmistificando a neutralidade em ad via sistema de avaliatividade: um estudo exploratório-descritivo sobre a assinatura avaliativa do audiodescritor de curtas de temática LGBT. 2016. 206 f. Tese (Doutorado em 2016) - Universidade Estadual do Ceará, , 2016. Disponível em: Acesso em: 17 de março de 2025
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