A presente análise trata da polícia em Fortaleza entre os anos de 1916 a 1933, porém não
trilhamos uma história institucional, quer dizer, não empreendemos uma reflexão sobre uma
corporação específica por mais que elas apareçam no trabalho, tal como o Regimento Militar
e a Guarda Cívica. A espacialidade histórica diz respeito a um momento relevante da polícia
no país, no qual a cidade aludida não estava alheia a discussões, como evidente na
documentação (relatórios, jornais, processos-crime, etc.). Nesta assuntos foram debatidos
sobre a instituição e o seu agente, tanto no Rio de Janeiro quanto em Fortaleza. O que nos
demonstrou não se tratar de temas ilhas, por exemplo, no caso das contravenções. A nossa
problemática refere-se aos comportamentos transgressivos de certos policiais, não somente
relacionado às contravenções, mas também aos crimes da época e a indisciplina. Assim,
procuramos compreender o movimento de transgressão da polícia, de maneira que o estudo
permita uma leitura mais ampla da transgressão na sociedade através da perspectiva cultural,
onde não desconectamos o aspecto social. Visualizamos o problema por meio das práticas e
discursos. No entanto, ensaisticamente apontamos uma possibilidade de entendimento da
problemática, quando desenvolvemos o que denominamos de ação viandante transitiva para
explicar o movimento de (des)ordem no palco urbano.
Palavras-chave: Polícia, Cidade, Transgressão.