RESUMO
É bem conhecido que os oócitos originados de folículos antrais bovinos crescidos in vivo são
sensíveis ao estresse térmico tanto in vivo quanto in vitro. O objetivo do presente estudo foi
investigar o efeito do estresse térmico em folículos pré-antrais bovinos iniciais (folículos
primordiais e primários – Experimento I) e avançados (folículos secundários – Experimento
II), bem como em complexos cumulus-oócito (Experimento III). Independente do
experimento, o estresse térmico consistiu em expor as estruturas (fragmentos ovarianos,
folículos pré-antrais isolados e complexos cumulus-oócito) a 41°C por 12 horas, e em seguida
a 38.5°C até o final do cultivo (7 dias para o experimento I e II e 24 horas para o experimento
III). No grupo controle, a temperatura foi de 38.5°C por todo o período de cultivo. Estresse
térmico aumentou (P < 0,05) a porcentagem de folículos em desenvolvimento as 12 horas de
cultivo e os níveis de espécies reativas de oxigênio em todos os tempos avaliados (12, 24
horas e dia 7) quando comparado ao grupo controle (Experimento I). O estresse térmico não
afetou os folículos pré-antrais quando cultivados na forma isolado (Experimento II).
Entretanto, no experimento III o estresse térmico reduziu (P < 0,05) as taxas de oócitos em
metáfase II após 24 horas de maturação in vitro, como também a produção de estradiol nas 12
horas de cultivo. Além disso, o estresse térmico aumentou (P < 0,0001) os níveis de
progesterona após a maturação in vitro, bem como a produção de espécies reativas de
oxigênio em todos os tempos avaliados (12 e 24 horas). Como conclusão, o estresse térmico
afetou negativamente os complexos cumulus-oócito de folículos antrais crescidos in vivo.
Contudo, o estresse térmico não afetou a sobrevivência e o desenvolvimento dos folículos
pré-antrais bovinos cultivados in vitro.
Palavras-chave: Bovino. Estresse térmico. Folículo pré-antral. Oócito. Cultivo in vitro.