RESUMO
No grupo das doenças crônicas não infecciosas, a hipertensão arterial sistêmica é uma das
mais representativas e responsáveis pelas maiores taxas de morbimortalidade na população
brasileira e em todo o mundo. Assim, um dos grandes desafios no manejo da hipertensão
consiste em avaliar o impacto da doença e do tratamento na qualidade de vida da pessoa, e
identificar seu letramento em saúde, ou seja, a aplicação prática do conhecimento e
competências pessoais para acessar, compreender, interpretar e avaliar informações escritas
ou faladas, de forma a tornar possível a tomada de decisões para obter melhor qualidade de
vida. Nesse contexto, o objetivo geral desta dissertação foi analisar a associação entre o
letramento funcional em saúde e a qualidade de vida de adultos com hipertensão. Tratou-se de
um estudo analítico, quantitativo, realizado com 369 adultos hipertensos acompanhados nas
Unidades de Atenção Primárias em Saúde e no Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão do
município de Fortaleza-Ceará-Brasil. Os dados foram coletados por meio de três
instrumentos: um questionário com perguntas gerais, o questionário MINICHAL e o Breve
TOFHLA. Tão logo coletados, os dados foram tabulados e analisados por meio de um
programa estatístico. Foram calculadas as frequências simples e relativas das variáveis do
estudo e realizou-se o teste do qui-quadrado para as variáveis categóricas, considerando o
nível de significância estatística de 5% (p<0,05). Para estimar a força de associação entre as
variáveis foi calculada a odds ratio (OR), com intervalo de confiança de 95% e, em seguida,
foi realizada a análise com modelo de regressão logística hierarquizada. Para inclusão no
modelo inicial de regressão, adotou-se o valor p<0,20 obtido na análise bivariada e, para o
modelo final, adotou-se o p<0,05 na análise multivariada. O estudo seguiu todos os preceitos
ético-legais dos estudos com seres humanos, tendo sido aprovado pelo Comitê de ética em
pesquisa em seres humanos da Universidade Estadual do Ceará sob protocolo de nº
1.206.472/2015. Os resultados mostraram que, na análise bivariada, estiveram associados à
qualidade de vida: o LFS, o sexo, a escolaridade, a renda e o sedentarismo. No modelo final
da regressão, permaneceram significativas apenas as variáveis sexo e renda (p< 0,05).
Conclui-se a haver associação entre o letramento funcional em saúde e a qualidade de vida de
adultos com hipertensão, destacando a necessidade dos profissionais de saúde darem maior
atenção à qualidade de vida e letramento dos pacientes, na busca de modificações na
abordagem terapêutica de maneira geral.
Palavras-chave: Hipertensão; Letramento Funcional em Saúde; Qualidade de Vida.