RESUMO
A sífilis é uma das doenças sexualmente transmissíveis que causa maiores
danos às gestantes e seu concepto, persistindo como um grave problema de
saúde pública. Teve como objetivo analisar os fatores associados aos
resultados adversos às gestantes com sífilis. Tratou-se de um estudo do tipo
transversal, com abordagem descritiva e analítica, realizado com 255 gestantes
e seus respectivos recém-nascidos/conceptos admitidas em três hospitais/
maternidades de referencia no município. Inicialmente foram coletados os
dados nas fichas de 2011, de notificação epidemiológica de sífilis congênita, no
Núcleo de Vigilância Epidemiológica. Posteriormente, foram coletadas as
informações complementares do cartão de pré-natal e prontuário da mãe e do
recém-nascido/conceptos, das respectivas instituições. Os dados foram
tabulados no programa EXCEL, e posteriormente processados no Programa
SPSS Statistics versão 17.0 (Statistical Package for the Social Sciences). A
analise descritiva foi realizada por meio das frequências (absolutas e relativas)
e as medidas paramétricas (média e desvio padrão). Para testar a associação
entre as variáveis independentes e a dependente (resultados adversos na
gravidez), foi utilizado o teste do qui-quadrado, considerando-se o nível de
significância de 5%. A força da associação foi determinada pela Odds Ratio
(OR) com intervalo de confiança 95%. Em seguida, foi realizada a regressão
logística para a elaboração do modelo final. As variáveis que permaneceram
significativas para o desfecho foram: realizou pré-natal (não realização do prénatal)
e o período do diagnóstico da sífilis (parto/curetagem). As gestantes com
sífilis que evoluíram com desfecho gestacional negativo verificou-se que a
infecção foi a principal causa, clinicamente identificada, para a maioria dos
casos. O término das gestações, a prematuridade, o baixo peso ao nascer e os
óbitos e a presença de titulações altas de VDRL, deram visibilidade a um
fenômeno que não está sendo realizado, tais como a captação precoce das
gestantes, o tratamento em tempo oportuno e melhorias na assistência prénatal.
Estimular e facilitar o acesso precoce ao pré-natal e o cumprimento do
protocolo preconizado no Brasil pode contribuir para a redução da transmissão
vertical do Treponema Pallidum e impactar nesse importante componente da
morbimortalidade neonatal.
Palavras-chaves: Transmissão Vertical de Doença Infecciosa; Sífilis
Congênita; Cuidado Pré-Natal; Gestantes.