ACESSO DOS ADOLESCENTES USUÁRIOS DE CRACK AOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOAL INFANTIL E ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS: RESSONÂNCIAS DAS DIMENSÕES ECONÔMICA-SOCIAL E SIMBÓLICA
Autor(es):
ANDRADE, ALINE TELES DE
Palavras Chaves:
Não informado
Ano de Publicação:
2015
Resumo:
RESUMO
Com o advento do crack em nosso país e os constantes apelos da mídia e
outros segmentos da sociedade, tornou-se comum falar sobre a existência de
supostas epidemias e aumento do consumo entre crianças e adolescentes. Este
tipo de divulgação, ao invés de estimular maiores iniciativas de autocuidado na
busca por serviços especializados, frequentemente acaba por estimular um
sentimento de insegurança generalizada na população. É neste cenário que o
Ministério da Saúde passa a priorizar os adolescentes em suas ações de
enfrentamento ao crack. Levando-se em consideração que a utilização dos
serviços de saúde representa o centro do funcionamento dos sistemas de saúde e
que a forma como as pessoas percebem sua disponibilidade afeta na decisão em
procurá-los ou não, esta pesquisa se propõe analisar o acesso dos adolescentes
usuários de crack aos serviços CAPS-ad e CAPS-i em Fortaleza-CE, a fim de
identificar dificuldades de acesso deste público aos serviços especializados em
duas regionais de saúde do referido município, a Regional IV e a VI.
Entrevistaram-se trinta e sete sujeitos, os quais foram classificados em três
grupos: coordenador (03), profissional (09) e adolescente (25). Tomaram-se como ponto de partida os
Centros de Atenção Psicossocial, os quais indicaram os demais entrevistados,
segundo a técnica da bola de neve. Utilizou-se como instrumento de coleta de
dados a entrevista semiestruturada, somada ao registro no diário de campo,
durante os meses de setembro 2014 a agosto de 2015. A análise do material
empírico realizou-se à luz da hermenêutica dialética, a partir de categorias
estabelecidas segundo a literatura, numa perspectiva crítica do confronto das
significações, das contextualizações e das interlocuções. Respeitaram-se os
preceitos ético-legais, conforme Resolução 466/12 do Conselho Nacional de
Saúde, recebendo parecer favorável do comité de ética, n° 1.075.151.
Construíram-se duas categorias empíricas para a compreensão do objeto a ser
estudado, quais sejam, Precarização das condições de trabalho: uma análise
acerca da dimensão econômica do acesso e O modelo proibicionista e seus
desdobramentos no aspecto simbólico do acesso. Os resultados revelam que o
baixo investimento financeiro na implementação do que está previsto na lei
impede que os adolescentes acessem os dispositivos de cuidado, uma vez que
estes possuem uma demanda diferenciada, exigindo que os profissionais
extrapolem suas intervenções para além dos muros dos serviços, o que não tem
sido feito por contada limitação de
recursos. O modelo proibicionista revelou-se um importante gerador de barreiras
ao acesso para este público, por seu caráter excludente, criminalizador e
produtor de violência e estigma, este último atingindo inclusive os
profissionais dos serviços especializados. Assim constatou-sequeosadolescentespoucoacessamosCAPSequandoofazemnãoaderemaos
mesmos. Desta forma, faz-se necessário investir na implantação e
fortalecimentos de novos pontos de atenção previstos na configuração oficial da
rede, como os consultórios na rua, unidade de acolhimento e CAPS-III, bem como
um esforço no sentido de afinar as estratégias do Ministério da Justiça com as
do Ministério da Saúde, a fim de fortalecer a execução das políticas públicas e
estimular o acesso dos adolescentes usuários de crack à rede de cuidados
disponível, além de fortalecer o combate ao estigma.
Palavras-chave: Acesso. Adolescentes. Crack. Precarização das
condições de trabalho. Estigma
Abstract:
Não informado
Tipo do Trabalho:
Dissertação
Referência:
ANDRADE, ALINE TELES DE. ACESSO DOS ADOLESCENTES USUÁRIOS DE CRACK AOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOAL INFANTIL E ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS: RESSONÂNCIAS DAS DIMENSÕES ECONÔMICA-SOCIAL E SIMBÓLICA. 2015. 124 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2015) - Universidade Estadual do Ceará, , 2015. Disponível em: Acesso em: 18 de maio de 2024
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