RESUMO
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são cada vez mais
prioridade no setor da saúde da maioria dos países pelo seu impacto na
morbidade e mortalidade. O envelhecimento acelerado da população também
traz, como consequência, o aumento do número e da gravidade das doenças
crônicas. No mundo há cerca de 285 milhões de pessoas com Diabetes
Mellitus (DM., No Brasil, há cerca de 7,6 milhões de diabéticos. O DM é uma
das doenças crônicas que representa um problema permanente ao indivíduo e
sua família, por isso, a educação em saúde não deve estar direcionada
unicamente aos diabéticos, mas para toda a família. Autocuidado é cuidar de si
mesmo, buscando quais são as necessidades do corpo e da mente,
melhorando, assim, o estilo de vida. Este trabalho buscou compreender
comportamentos e percepções acerca do autocuidado de pacientes com DM
tipo 2. Para isso, realizou-se um estudo transversal, de natureza qualitativa. A
pesquisa foi desenvolvida no Centro de Saúde da Família José Paracampos,
localizado na Regional V da cidade de Fortaleza-Ceará, no período de abril a
setembro de 2015. Participaram do estudo 27 adultos diabéticos, entre 50 a 83
anos de ambos os sexos e diagnosticados há pelo menos um ano com a
doença. Para a coleta de dados utilizou-se uma entrevista semiestruturada e
aprofundada, com auxílio de um temário. Os dados foram transcritos e
analisados através do software NVIVO, do qual emergiram as seguintes
categorias: Representações verbalizadas do ser diabético; Compreendendo o
Ilness x Disease e a Ambiguidade do discurso acerca do autocuidado: a fala e
a prática. Compreender a percepção desses usuários sobre sua realidade,
experiências vividas e, até mesmo, o que consideram cuidado de si é
importante para que os profissionais tenham embasamento de como proceder
na conduta terapêutica, aumentando, assim, as chances de adesão ao
tratamento. O autocuidado praticado pelo diabético ultrapassa os
conhecimentos e as informações científicas acerca de seus benefícios, vai
além, envolve todas as experiências individuais construídas a partir da
coexistência com a doença. Portanto, o estudo demonstra a importância do
aprofundamento dos achados, não aspirou encerrar a discussão sobre o
autocuidado dito e o realizado, pelo contrário, buscou-se ampliar a reflexão
acerca desta realidade, onde nem sempre o saber implica no fazer.
Palavras-chaves: Doença Crônica; Diabetes Mellitus Tipo 2; Autocuidado;