RESUMO
Introdução: O transplante hepático é o principal tratamento de escolha para pacientes com
doenças hepáticas terminais. Porém possui consequências metabólicas relacionadas ao estado
nutricional, perfil bioquímico e hábitos alimentares, fazendo-se necessário uma melhor
investigação nesse âmbito, visto que o conhecimento dos hábitos alimentares e dos fatores de
riscos nutricionais associados a esta patologia são fundamentais para estratégias terapêuticas
visando à melhoria da qualidade de vida dessa população. Objetivo: Analisar alterações no
estado nutricional, componentes bioquímicos, farmacológicos e dietéticos no pré e póstransplante
hepático. Metodologia: A amostra constituiu-se de 23 pacientes estudados
longitudinalmente no Ambulatório de Nutrição do Centro de Transplante de Fígado do
Complexo Hospitalar Walter Cantídio (HUWC) em Fortaleza-Ceará no período de julho de
2013 a setembro do ano de 2015. Os dados foram coletados dos prontuários nutricionais e
clínicos dos pacientes e através de entrevistas com os mesmos e avaliação. Foi realizada
antropometria, estimativa de consumo alimentar com ênfase nas vitaminas lipossolúveis e
determinação plasmática de lipoproteínas, glicose e hemoglobina glicada. E por meio de
análises estatísticas visualizadas associações ou correlações de dados. Resultados: A maioria
dos pacientes estudados eram do sexo feminino (52,2 %), com idade entre 40 e 65 anos. Não
foi observada diferença significativa entre médias das variáveis antropométricas e perfil
glicêmico. Nas médias de perfil lipídico, apenas aumento do HDLc foi evidenciado no pós
transplante (p<0,012), porém, permaneceu abaixo do recomendado nos dois períodos. Nas
análises de percentual de gordura e circunferência abdominal os dois grupos permaneceram
acima da média, com possível risco a doenças cardiovasculares. Não houve correlação entre
os fármacos utilizados e alterações do estado nutricional. Houve diferença estatística apenas
nas médias de consumo calórico (p<0,008), proteínas (p<0,001), lipídeos (p<0,008),
colesterol (p<0,031) e ácido graxo monoinsaturado (p<0,034), do pré para o pós-transplante
hepático. Conclusão: Não houve alteração do estado nutricional e perfil glicêmico no pré e
pós transplante hepático. Não houve correlação entre os fármacos utilizados e alterações do
estado nutricional. Houve aumento apenas do HDL-c, consumo calórico, proteínas, lipídeos,
colesterol e ácido graxo monoinsaturado nos pacientes do pré para o pós-transplante hepático.
Os pacientes no pré e pós transplante hepático, apresentaram consumo inadequado de
vitaminas lipossolúveis A, D, E e K.
Palavras Chave: Transplante Hepático. Estado Nutricional. Consumo Alimentar.