RESUMO
A dissertação trata do mapeamento da oferta e do perfil dos postos de trabalho gerenciais, no
contexto das micro, pequenas e médias empresas em face do capitalismo em sua fase flexível.
Tendo em vista as mudanças do capitalismo, de reestruturação produtiva, em que os postos de
trabalho gerenciais estão sendo reduzidos, a presente pesquisa propõe mapear quantitativamente e
qualitativamente o fenômeno da oferta de postos de trabalho gerenciais nas empresas de micro,
pequeno e médio porte (PME’s), na contemporaneidade. Metodologicamente, foi realizada uma
pesquisa qualitativa, com uso de entrevista mediada por um roteiro, e, um levantamento
quantitativo utilizando dados secundários da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), no
período de 2004 a 2013 no Brasil, no Ceará e em Fortaleza, tendo sido utilizada, para análise dos
dados, a estatística descritiva e, como técnica de análise das entrevistas, optou-se pela análise do
conteúdo do tipo temática. Os resultados indicam que no Brasil, no Ceará e em Fortaleza o perfil
dos postos gerenciais é similar quanto à escolaridade (grande maioria até superior incompleto);
quanto ao gênero, há predominância do masculino, embora o número de mulheres esteja em
crescimento constante; a faixa etária está entre 30 e 49 anos; e faixa salarial até 3 (três) salários
mínimos. Quanto aos postos gerenciais das grandes empresas terem “migrado” para as empresas
de micro, pequeno e médio porte, não foi possível identificar, tendo em vista que no Brasil a
quantidade de postos gerenciais, no período analisado, teve crescimento e não redução; no Ceará e
em Fortaleza se pôde observar uma redução de postos gerenciais no segmento da indústria, o que
tende a confirmar a informação, entretanto, não se pode afirmar com clareza tendo em vista que
houve também um crescimento no número de empresas em percentual similar ao aumento dos
postos gerenciais. As entrevistas realizadas nas empresas pesquisadas corroboraram o panorama
quantitativo e mostraram ainda que o perfil do gestor que essas empresas buscam, em geral, é
formado dentro da própria empresa através de ascensão profissional e, quando buscam um
profissional de fora com formação acadêmica, preferem aqueles com graduação específica do
segmento de atuação da empresa, e não um profissional formado em administração. Aliado a isso,
emergiram como valoradas as competências de relacionamento interpessoal do ocupante do posto
gerencial. A pesquisa permite concluir que o perfil da mão de obra gerencial no Brasil, no Ceará e
em Fortaleza apresenta um cenário de precarização dessa mão de obra no contexto das PME’s,
precarização essa associada à não valorização da formação acadêmica e a baixos salários.
Palavras-chave: Capitalismo flexível. Trabalho gerencial. Oferta de postos gerenciais. Perfil dos
postos gerenciais. PME’s.
