RESUMO
O funcionamento normal da tireoide depende da presença de muitos oligoelementos, tais
como selênio, cobre, zinco e magnésio. Frequentemente, têm-se demonstrado que distúrbios
no metabolismo destes minerais são importantes fatores de risco para o câncer de tireoide. O
presente estudo objetivou analisar o perfil antropométrico e o consumo alimentar relativo a
minerais antioxidantes de pacientes com nódulos benignos e malignos de tireoide em serviço
de referência em Fortaleza-CE. O estudo foi realizado em um hospital filantrópico conveniado
com o Sistema Único de Saúde (SUS) no município de Fortaleza-CE. A pesquisa foi realizada
no período de outubro de 2015 a janeiro de 2017. A amostra constitui-se de 32 pacientes com
nódulos benignos (NB) e 30 com nódulos malignos (NM). Foram coletados dados de peso e
altura e, em seguida, foi calculado o Índice de Massa Corporal. Realizou-se a aferição das
medidas da cintura e do quadril e calculou-se a Relação Cintura Quadril. Aplicou-se três
Recordatórios 24 horas (dois dias de semana e um dia de final de semana) e realizou-se a
análise da adequação de energia, macro e micronutrientes (selênio, cobre, zinco e magnésio).
As análises estatísticas foram realizadas no software R versão 3.2.2. Verificou-se a
predominância do sexo feminino em ambos os grupos (NB 83,33% e NM 51,79%). As idades
variaram entre 20 e 59 anos, com média de 42,9 anos + 12,1. Verificou-se nos dois grupos a
predominância de pacientes com sobrepeso, dos quais 62,07% pertenciam ao grupo benigno e
37,93% ao maligno, e observou-se que a RCQ apresentou-se elevada no grupo maligno
(57,14%). O consumo de energia foi considerado excessivo para a maioria (NB: 62,50% e
NM: 54,17%) dos pacientes dos dois grupos. A média do consumo de carboidratos do grupo
com nódulos malignos foi significativamente maior que a média do grupo com nódulos
benignos (p < 0,001). O mesmo ocorreu com a média de proteínas (p = 0,038) e de magnésio
(p = 0,010). A predominância de excesso de peso, bem como o consumo elevado de
carboidratos e proteínas constatados nos pacientes com nódulos malignos, pode sugerir o
envolvimento destes fatores na gênese do câncer de tireoide. Recomenda-se, portanto, o
desenvolvimento de estudos posteriores que realizem a dosagem de marcadores bioquímicos e
analisem de forma mais detalhada o consumo alimentar de minerais antioxidantes, visando,
deste modo, auxiliar na elucidação da relação entre estes micronutrientes e os nódulos de
tireoide.
Palavras-chave: Antioxidantes. Consumo. Estado nutricional. Minerais. Tireoidectomia.