RESUMO
A modificação no estilo de vida da população, destacando-se a adoção de hábitos de vida não
saudáveis, é significativa no aumento de casos de câncer de mama na população mundial que
se destaca entre as mulheres. O objetivo do estudo é avaliar a associação entre hábitos
alimentares e achados mamográficos em mulheres adultas. A amostra compreendeu 648
pacientes que realizaram mamografias no Grupo de Educação e Estudos Oncológicos
(GEEON), no período de Julho de 2016 a Janeiro de 2017. Aplicou-se o questionário para
variáveis sociodemográficas. As variáveis antropométricas coletadas foram: peso atual,
estatura, circunferência da cintura, do quadril, abdominal e percentual de gordura. As
mamografias foram categorizadas pelo sistema BI-RADS 4ª edição e divididas: Grupo 1- com
alterações mamográficas (BI-RADS 0,3,4,5 ou 6) e Grupo 2 - sem alteração mamográfica (BIRADS
1 ou 2). O consumo alimentar foi avaliado pelo recordatório alimentar de 24 horas.
Analisou-se: calorias, os macronutrientes, gorduras monoinsaturadas, poliinsaturadas,
saturadas, trans, açúcares, fibras, cálcio e sódio. Para a descrição dos hábitos alimentares os
alimentos foram agrupados em 19 grupos. Foram utilizados os testes Qui-quadrado (χ2) de
Pearson t de Student para avaliar associação entre as variáveis. Sobrepeso e obesidade foram
encontrados respectivamente em 33% e 43,1% de acordo com o índice de massa corporal. A
maioria das pacientes foram diagnosticada com BI-RADS 1 ou 2 (64,9%) classificada no
grupo 2. A média do consumo dos macronutrientes estiveram dentro das recomendações. As
fibras, cálcio e calorias foram inferiores às recomendações, com destaque para a ingestão de
fibras que apresentou maior média de ingestão nas mulheres do grupo 1 (p=0,04). Os grupos
de alimentos com maior frequência de consumo foram: café e açúcar, arroz e feijão. As frutas
foram consumidas na maioria na forma de sucos. Já as verduras tiveram o menor consumo
calórico. Juntos, arroz e feijão representaram um sexto da energia ingerida no dia. Os
ultraprocessados juntos foram responsáveis por 22,72% da energia consumida no dia.
Alimentação dessas mulheres vem se caracterizando pela introdução de alimentos
ultraprocessados de alta densidade energética, que contribuem para menor ingestão de fibras
dietéticas, embora os hábitos alimentares tradicionais ainda sejam mantidos. Não houve
associação entre os grupos de alteração mamograficas e as demais variáveis analisadas,
somente a fibra apresentou maior média de ingestão nas mulheres do grupo 1.
Palavras-chave: Câncer de mama. Consumo alimentar. Mamografia. Sobrepeso.