RESUMO
Estudos apontam associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o
excesso de peso, favorecido pelo baixo conteúdo de fibras e micronutrientes, assim
como excesso calórico, de sódio e açúcar, comumente presentes em alimentos
ultraprocessados. Fatores sociodemográficos podem estar associados ao consumo
desses alimentos. O objetivo deste estudo foi avaliar o consumo de alimentos
ultraproces sados, seu impacto na qualidade da dieta e associação com variáveis
socioedemográficas. Trata-se de um estudo transversal, recorte do estudo de coorte:
“Estudo epidemiológico-social da saúde perinatal em Ribeirão Preto, São Paulo,
Brasil”. Foi analisado o consumo alimentar de 2034 adultos jovens de 23 a 25 anos
de ambos os sexos, pertencentes a quarta fase do estudo. Foram coletados dados
sociodemográficos e de estilo de vida e aplicado um Questionário de Frequência
Alimentar. Os alimentos consumidos foram categorizados, segundo nível de
processamento, e mediu-se a contribuição calórica de cada categoria. Para a análise
da composição nutricional, considerou-se os seguintes nutrientes: carboidrato,
proteína, gordura total, gordura saturada, ácido oleico, ácido linolênico, colesterol,
vitamina A, vitamina C, folato, fósforo, ferro, sódio, zinco, cálcio e fibra dietética.
Utilizou-se Regressão de Poisson para investigar associação entre as variáveis de
interesse. Para avaliar diferenças nas características dos indivíduos foi aplicado o
teste ANOVA, para variáveis numéricas, e o teste do Qui-quadrado para as
categóricas. Utilizou-se o teste de Shapiro Wilk para avaliar a normalidade das
variáveis. A análise comparativa entre os sexos do consumo alimentar da amostra foi
realizada através do teste t de Student. Para avaliar diferenças no consumo dos
indivíduos do quartil de baixo consumo (Q1) e do quartil de alto consumo (Q4),
realizou-se teste ANOVA. Os dados foram analisados no programa estatístico STATA,
versão 12.0, adotando-se o nível de significância de 5%. O consumo médio calórico
foi de 2.267,7 (778,3) Kcal, sendo assim distribuído: in natura 1043,3 (447,3) kcal,
processados 71,8 (68,9) kcal e ultraprocessados 1147,3 (568,8) kcal. Não houve
associação entre o consumo alimentar e os fatores sociodemográficos investigados.
Quanto maior o consumo de alimentos ultraprocessados maior o consumo de vitamina
A, e quanto maior o consumo de alimentos in natura menor o teor de vitamina C da
dieta. Em conclusão, apesar de não ter sido observada associação do consumo de
ultraprocessados com fatores socioeconômicos e consumo de alguns nutrientes,
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chama a atenção o elevado consumo de alimentos ultraprocessados, pois este grupo
foi o que mais contribuiu com o consumo calórico dos adultos jovens da amostra
estudada.
Palavras-chave: Consumo de alimentos. Fatores socioeconômicos. Fast food.
Micronutriente