RESUMO
Atualmente, os ambientes laborais passam a oferecer variáveis estressoras que podem
acarretar doenças físicas e mentais, dentre elas a Síndrome de Burnout (SB). A fim de evitar
ou mitigar os efeitos da SB, alguns estudiosos têm pesquisado sobre o fenômeno da
resiliência humana, buscando compreendê-lo com um estado mental que pode auxiliar a
ciência nesse propósito. Com base nisso, a pesquisa tem como objetivo identificar, a partir da
estrutura teórica construída e da análise da realidade empírica da instituição de ensino
superior (IES) estudada, se existe correlação significativa entre síndrome de burnout e
resiliência humana. A metodologia utilizada tem caráter quantitativo, de tipologia descritiva e
explicativa. A pesquisa foi operacionalizada com professores alocados em todos os campi da
Universidade Estadual do Ceará (UECE). Foi utilizado um questionário composto por três
módulos: o primeiro com dados de caracterização do respondente; o segundo com a escala
MBI-ED (Maslach Burnout Inventory “Educators Survey-Es”); e o último módulo com a
escala de resiliência humana, de Wagnild e Young, traduzida e adaptada por Pesce (2005) e
validada por Bacchi e Pinheiro (2011). Para análise dos dados, foram utilizadas as seguintes
técnicas: análise descritiva, análise fatorial, regressão linear, ANOVA, correlação canônica e
análise de equações estruturais. Acerca dos resultados da pesquisa, os achados indicaram que
apenas 6% da amostra possuem alta tendência para desenvolvimento da SB e 49% dos
respondentes apresentaram altos níveis de resiliência. No que diz respeito à correlação entre o
grau de síndrome de burnout e a resiliência humana os resultados mostraram que as
proporções de variância explicada indicam que a relação entre burnout e resiliência é fraca,
apresentando baixo poder de explicação, não sendo indicado usar os construtos de uma escala
como preditores dos construtos da outra. Ao realizar o teste da modelagem de equações
estruturais, os resultados indicaram que a autossuficiência atuou de forma a majorar a baixa
realização profissional e a minorar a exaustão emocional. Quanto à dimensão sentido de vida
da escala de resiliência, observou-se que a atuação deste como preditor da síndrome de
burnout, minorando os níveis de exaustão emocional e despersonalização. No que diz respeito
à dimensão equanimidade, observou-se que a atuação deste foi considerada significativa
apenas com a dimensão baixa realização profissional, majorando-a. No que se referem às
estimativas dos parâmetros que avaliam a atuação da singularidade existencial, todas as
correlações foram consideradas não significativas ao nível de significância de 5%, devendo,
portanto, ser excluídas do modelo. Por fim, a dimensão perseverança apresentou significância
apenas para prever a baixa realização profissional com sinal positivo. No que tange as
dimensões da SB, a despersonalização minora todas as dimensões que compõe a resiliência; a
exaustão emocional majora os níveis de: autossuficiência, sentido de vida, equanimidade e
perseverança; e a baixa realização profissional apresentou resultados majorando todas as
dimensões referentes à resiliência humana.
Palavras-chave: Síndrome de burnout. Resiliência. Docência.