RESUMO
O uso irracional de plantas medicinais e suas preparações contribuem
significativamente para maiores riscos de toxicidade, principalmente no público
infantil; pois o metabolismo, a função hepática e renal são menos eficientes,
podendo acarretar efeitos mais intensos, portanto, orientar às mães quanto ao uso
correto de plantas medicinais é de fundamental importância para a saúde da criança.
Diante disso, o estudo teve como objetivo construir e validar uma cartilha educativa
para a utilização de plantas medicinais no cuidado de crianças de zero a nove anos.
Trata-se de um estudo do tipo multi-métodos, onde a primeira etapa resultou em um
estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa e a segunda etapa do tipo
metodológico e de desenvolvimento. A população foi composta por mães de
crianças de zero a nove anos, alfabetizadas e cadastradas nas Unidades Básicas de
Saúde do município de Quixeramobim-CE. Os dados foram coletados por meio de
formulário com perguntas abertas e fechadas, no período janeiro a outubro de 2016.
A pesquisa contou com a participação de 60 mães, apresentando uma média de 28
anos de idade, sendo a maioria na faixa etária entre 21 a 35 anos. Referente à
escolaridade; 21 participantes possuíam o ensino médio completo, pouco mais da
metade das mulheres entrevistadas vivem com seus companheiros e possuem um a
dois filhos. A ocupação mais citada foi a do lar, 25 e a renda mensal em torno de um
salário mínimo, 30. Dentre as espécies vegetais mais utilizadas pelas entrevistadas
estão: cumaru, erva-cidreira, eucalipto, hortelã, malvarisco. Quanto à parte das
plantas citadas destaca-se: as folhas, seguido de fruto e casca do caule. Os
remédios preparados com mais frequência foram: chá por cozimento, lambedor, chá
por infusão, banho, suco e inalação, porém, apresentaram mais dúvidas quanto ao
preparo. Os principais problemas de saúde apresentados nas crianças destacam-se:
gripe, cólica, insônia e diarreia. Os dados foram apresentados em tabelas com
estatística descritiva e, após a compilação destes às informações foram organizadas
para a elaboração da cartilha. O material educativo foi submetido à validação por
nove juízes-especialistas, três técnicos de design e marketing e por seis mães de
crianças constituindo 10% da amostra. Foram realizados os cálculos do IVC na
validação de conteúdo, SAM para avaliação da adequabilidade da tecnologia e o
índice de concordância. Os juízes especialistas na área da saúde iniciaram a
validação avaliando os objetivos da cartilha, conteúdo, ilustrações, layout, linguagem e relevância. Na análise estatística o IVC global da tecnologia foi de
0,99. Os profissionais de design e marketing avaliaram a cartilha quanto ao seu
conteúdo, linguagem, ilustrações gráficas, motivação e adequação cultural com SAM
apresentando uma média de 25 pontos com percentual de 96,1% e a populaçãoalvo, a organização, estilo da escrita, aparência e motivação da cartilha, com índice
de concordância superior a 75%, considerada, portanto validada. A cartilha
educativa “Plantas medicinais no cuidado à saúde da criança”, mostrou-se um
material educativo válido e confiável, servindo como subsídio para as mães, no que
se refere ao uso de plantas medicinais em crianças.
Palavras-chave: Saúde da criança. Plantas medicinais. Tecnologia educativa.