RESUMO
A doença renal crônica (DRC) vem se destacando como um grave problema de
saúde pública, devido à alta prevalência, sendo considerada uma das epidemias do
milênio. Sabe-se que pessoas com esse agravo têm alto risco de morte de causa
cardiovascular, principalmente em pacientes hipertensos e/ou diabéticos. Entretanto,
a doença é tratável e prevenível nos estágios iniciais, podendo ser detectada por
exames laboratoriais simples e de baixíssimo custo. Apesar de facilmente obtido, o
diagnóstico precoce da DRC continua sendo um grande desafio para a saúde
pública. Nesse contexto, o objetivo desta dissertação foi "analisar o acometimento
renal em pacientes diabéticos e hipertensos no âmbito da atenção primária de
saúde”. Tratou-se de um estudo transversal, analítico, quantitativo, realizado com
210 pacientes diabéticos e/ou hipertensos em uma unidade de atenção primária de
Saúde (UAPS) em Fortaleza (CE), Brasil. Os dados foram coletados em questionário
semiestruturado e analisados no programa SPSS versão 20.0. Foram calculadas as
frequências simples e relativas das variáveis do estudo, na análise bivariada,
realizou-se o teste do qui-quadrado de Pearson para verificar associação das
variáveis categóricas, considerando em todos os testes o nível de significância
estatística de 5% (p<0,05). Para estimar a força de associação de possíveis
marcadores da DRC foi calculada a odds ratio (OR), com intervalo de confiança de
95%. O estudo seguiu todos os preceitos ético-legais dos estudos com seres
humanos, sendo aprovado por um Comitê de Ética da Pesquisa sob protocolo de n.
º
119997/2015. Os resultados mostraram que a maioria dos participantes eram do
sexo feminino, idosos, com idade média de 60,03 anos, com baixa escolaridade e
renda. Quanto ao perfil clínico, 94% eram hipertensos, 52,4% eram diabéticos e
44,8% possuíam as duas condições. Quanto aos exames, 82,3% dos pacientes
realizam o exame de creatinina sérica enquanto que 81,9% não realizaram a
excreção urinária de albumina. Quanto à frequência de casos de DRC em pacientes
diabéticos e hipertensos, é de 8,57%, variando nos estágios IIIA (5,14%) e IIIB
(3,43%). Estiveram associadas a ter DRC as variáveis: idade, diabetes, diabetes e
hipertensão, uso de drogas hipoglicemiantes, índice cintura/quadril e exame de
excreção urinária de albumina. Conclui-se que pacientes diabéticos e hipertensos
possuem DRC nos estágios iniciais e intermediários, além de subnotificação de
diagnóstico. Tais resultados demonstram que se deve intensificar, programas e
pesquisa sobre o assunto principalmente ao nível de atenção primária à saúde e no
tocante ao diagnóstico precoce desses pacientes.
Palavras-chave: Doença Renal Crônica. Diabetes Mellitus. Hipertensão. Atenção
Primária à Saúde.