RESUMO

Este estudo buscou analisar as implicações da formação diferenciada em pesquisa obtida por meio da participação dos discentes da graduação em programas de iniciação científica, ao ingressarem em cursos de pós-graduação stricto sensu no patamar de mestrado. Com este objetivo, realizou-se uma pesquisa do tipo documental, de abordagem quantitativa, no ano de 2015, nos 15 cursos de mestrado acadêmico da Universidade Estadual do Ceará sediados em Fortaleza. Buscou-se identificar diferenças entre discentes egressos e não egressos de iniciação científica nos quesitos - seleção, produção científica e conclusão do curso. Foram analisados na primeira etapa da pesquisa dados relacionados a 729 discentes (seleção); na segunda, a 215 (produção científica); e na terceira, a 142 (conclusão do curso). Os documentos analisados foram disponibilizados pelas coordenações dos cursos e correlacionados com o Currículo Lattes de cada discente. Como resultado, identificou-se que a composição da maior parte das turmas estudadas é formada por mais discentes não egressos de iniciação científica, o percentual de discentes egressos, no entanto, apresenta melhores taxas de aprovação em todos os cursos e em todas as etapas do processo seletivo. Na produção científica, discentes egressos têm mais produtos; com relação as áreas de origem, cursos da Saúde detém mais publicações que as demais. Na conclusão do curso, egressos de iniciação científica qualificaram e defenderam as dissertações em menor tempo que os não egressos. Evidenciou-se que a passagem do aluno pela iniciação científica implica positivamente no seu curso de pós-graduação. Nesse sentido, estratégias de melhorias da pós-graduação nacional se encontram também articuladas a investimentos na formação basilar de pesquisadores no âmbito da iniciação científica.

Palavras-chave: Formação Diferenciada. Formação para a Pesquisa. Iniciação Científica. Mestrado Acadêmico.