RESUMO
Introdução: O câncer de mama ocupa posição de destaque como a neoplasia mais
incidente na população mundial. Com etiologia multifatorial, os fatores relacionados ao
estilo de vida e suas consequências, como o excesso de peso/ obesidade, tem sido
amplamente estudados. Objetivo: Avaliar a influência da obesidade abdominal e do
estresse oxidativo na sobrevida de mulheres com câncer de mama Metodologia: Estudo
observacional, longitudinal, analítico, realizado em dois momentos de avaliação. No
primeiro, (M1), entre os anos 2011 e 2013, selecionou-se 114 mulheres recém
diagnosticadas com neoplasia mamária atendidas no serviço de Mastologia do Hospital
Geral de Fortaleza e coletou-se dados socioeconômicos e clínicos, medidas
antropométricas e material biológico para avaliação de marcadores oxidativos (TBAR,
LDL (-), Auto- Anti LDL(-), 8-OHdG e antioxidantes ( β-caroteno, α-tocoferol, EPA,
DHA, α-linolênico e linoleico). No segundo momento (M2) coletou-se nos prontuários
informações acerca dos desfechos de sobrevida, categorizados em: a. vivas sem a doença;
b. recidiva/morte. Foi realizado teste X², t de Student ou Mann- Whitney para diferença
de médias entre os desfechos. A análise de sobrevida foi realizada através do estimador
Kaplan-Meier, com aplicação do teste de Log-Rank. A correlação entre as variáveis
antioxidantes e oxidativas foi feita através do teste Pearson ou de Spearman. Resultados:
A média de idade ao diagnóstico foi de 50,6 anos (± 11,4) e tempo médio de seguimento
foi 55,4 ± 16,6 meses. Entre as categorias de desfechos de sobrevida, 74 (64,9%)
pacientes estavam vivas/sem doença e 21 (18,4%) recidivaram ou morreram. Os grupos
eram semelhantes quanto às características socioeconômicas: estado civil, etnia,
escolaridade e renda; às características antropométricas e de marcadores oxidativos e
antioxidantes. O grupo recidiva/morte tinha estadiamento clínico mais avançado e maior
tamanho do tumor. A taxa média de sobrevida livre de doença (SLD) em seis anos de
seguimento foi de 64,5% (IC95%: 61,2 – 67,8). Os marcadores de estresse oxidativo,
antropométricos e de composição corporal não interferiram nas funções de sobrevida das
pacientes. Conclusão: O grupo que recidivou/morreu apresentou tumores mais
agressivos e de maior tamanho. A adiposidade e o estresse oxidativo não interferiram no
tempo de sobrevida desse grupo pacientes. Entretanto, o grupo que recidivou/morreu
apresentou maior desequilíbrio oxidativo ao diagnóstico.
Palavras-chave: Câncer de mama. Obesidade. Sobrevida. Estresse Oxidativo