ASPECTOS NUTRICIONAIS NO ESPECTRO DA NEUROMIELITE ÓPTICA
Autor(es):
PAZ, ÉLLEN SOUSA
Palavras Chaves:
Não informado
Ano de Publicação:
2018
Resumo:
RESUMO
A Neuromielite Óptica (NMOSD) é uma doença inflamatória do sistema nervoso central e de caráter autoimune. Diante da capacidade de modulação da inflamação a partir da dieta, a presente pesquisa objetivou determinar o estado nutricional e o índice inflamatório da dieta dos indivíduos diagnosticados com essa doença. Estudo transversal, descritivo com um segmento caso-controle, desenvolvido com pacientes em acompanhamento regular no Ambulatório de Doenças Desmielinizantes do Hospital Geral de Fortaleza – Serviço Único de Saúde (HGF/SUS). A presente pesquisa foi aprovada pelos comitês de ética e pesquisa da Universidade Estadual do Ceará e do HGF segundo CAAE: 17705613000005534. 38 indivíduos com NMOSD participaram da pesquisa, embora no segmento caso-controle apenas 26 destes compuseram o Grupo Caso, pareados por sexo e idade com voluntários, que formaram o Grupo Controle. Foram coletados dados referentes aos aspectos clínicos, sociodemográficos, de estilo de vida, de composição corporal e de consumo alimentar e calculado o índice inflamatório da dieta (IID). Os dados foram analisados através dos testes Mann-Whitney, t de Student, qui-quadrado, exato de Fisher e correlação linear de Pearson e Spearman, aplicando-se também regressão linear simples e regressão logística (p <0,05). A média de idade foi de 42 (± 13) anos e a média de idade em que a doença foi diagnosticada foi de 38 (± 12) anos. O tempo médio de seguimento da doença no Ambulatório de Doenças Desmielinizantes foi de 4,03 (± 3,16) anos. O excesso de peso, com acúmulo de gordura abdominal nos indivíduos foi evidenciado em 57,9%, 73,0%, 70,3% e 30,0%, segundo o índice de massa corporal (IMC), a circunferência da cintura (CC), a relação cintura-quadril (RCQ) e o percentual de massa gorda corporal (% MG), respectivamente. Porém, a prevalência de obesidade pelo diagnóstico de IMC (p= 0,262) e de %MG (p= 0,164) não diferiu no segmento caso-controle. Não se observou correlação entre a Escala Expandida do Estado de Incapacidades (EDSS) e o estado nutricional, mas verificou-se correlação positiva entre dose de corticoide administrada e IMC (r = 0,55; p = 0,002), CC (r = 0,55; p = 0,003) e RCQ (r = 0,41; p= 0,033). O IID foi 4,99 (± 1,09) nos pacientes diagnosticados, indicando dieta pró-inflamatória. Houve diferença do IID conforme o sexo (p < 001), porém não houve correlação entre IID e variáveis antropométricas (p ≥ 0,222) e EDSS (p = 0,504). O consumo de gengibre apresentou correlação inversa com a EDSS (r = - 0,38; p = 0,040). No segmento
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caso-controle houve diferença significativa do IID entre os grupos (β= 2,51; IC 95%: 1,73;3,27) e maior risco de desenvolvimento da doença quando o IID foi maior ou igual a 4,41 (OR = 30,25; IC 95%: 6,70; 136,47). A obesidade e o sobrepeso acompanhados de excesso de gordura abdominal tiveram alta prevalência no grupo estudado. A dieta consumida foi caracterizada como pró-inflamatória. O risco de desenvolver NMOSD foi maior com consumo de dieta pró-inflamatória. Tais achados mostram a necessidade de uma abordagem nutricional para a prevenção ou controle do excesso de peso e para a redução do potencial inflamatório da dieta.
Neuromyelitis optica (NMOSD) is an inflammatory disease of the central nervous system and is autoimmune in character. Faced with the ability to modulate inflammation from the diet, the present study aimed to determine the nutritional status and inflammatory index of the diet of the individuals diagnosed with this disease. A cross-sectional, descriptive study with a case-control segment, developed with patients in regular follow-up at the Demyelinating Diseases Clinic of the General Hospital of Fortaleza - Unified Health Service (HGF / SUS). The present research was approved by the ethics and research committees of the State University of Ceará and HGF according to CAAE: 17705613000005534. 38 individuals with NMOSD participated in the research, although in the case-control segment only 26 of these composed the Case Group, matched by sex and with volunteers, who formed the Control Group. Data on clinical, sociodemographic, lifestyle, body composition and food consumption data were collected and the dietary inflammatory index (IID) was calculated. Data were analyzed using the Mann-Whitney, Student's t, chi-square, Fisher's exact and Pearson's and Spearman's linear correlation, and simple linear regression and logistic regression (p <0.05). Mean age was 42 (± 13) years and mean age at diagnosis was 38 (± 12) years. The mean follow-up time of the disease in the Demyelinating Disease Outpatient Clinic was 4.03 (± 3.16) years. Excess weight, with abdominal fat accumulation in the USA was evidenced in 57.9%, 73.0%, 70.3% and 30.0%, according to the body mass index (BMI), waist circumference ( CC), the waist-hip ratio (WHR) and the percentage of body fat mass (% MG), respectively. However, a prevalence of obesity due to the diagnosis of BMI (p = 0.262) and% MG (p = 0.164) did not differ in the case-control segment. It was not possible to observe the correlation between an Expanded Disability Status Scale (EDSS) and nutritional status, but there was a correlation between the dose of corticosteroids administered and BMI (r = 0.55, p = 0.002), CC (r = 0.55, p = 0.003) and WHR (r = 0.41, p = 0.033). The IID was 4.99 (± 1.09) in diagnosed patients, indicating a pro-inflammatory diet. There was a difference in IID according to gender (p <001), but there was no correlation between IID and anthropometric variables (p ≥ 0.222) and EDSS (p = 0.504). Ginger consumption presented an inverse correlation with EDSS (r = -0.38, p = 0.040). In the case-control segment, there was a significant difference in IID between the groups (β = 2.51, 95% CI: 1.73 and 3.27) and a higher
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risk of developing the disease when the IID was greater or equal to 4.41 (OR = 30.25, 95% CI: 6.70, 136.47). Obesity and overweight accompanied by excess abdominal fat have high high prevalence in the studied group. A diet consumed was characterized as proinflammatory. The risk of developing NMOSD was higher with pro-inflammatory diet consumption. Such findings show a need for a nutritional approach to prevent or control overweight and to reduce the inflammatory potential of the diet.
PAZ, ÉLLEN SOUSA. ASPECTOS NUTRICIONAIS NO ESPECTRO DA NEUROMIELITE ÓPTICA. 2018. 79 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2018) - Universidade Estadual do Ceará, , 2018. Disponível em: Acesso em: 9 de maio de 2024
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