RESUMO
As administrações públicas estão sendo desafiadas a repensar a questão da
governança e dos seus modelos de gestão de cidades ao mesmo tempo em que são
cobradas a repensarem seus mecanismos de relacionamento com a sociedade.
Repensar novas formas de administrar os problemas das cidades, sob o novo olhar
do paradigma de gestão, parece-nos uma missão inadiável, e que a Ciência
Administrativa, como ciência responsável por compreender, estudar e propor
modelos de gestão precisa encontrar e estudar novas correntes teóricas. Este
estudo aborda um novo olhar da gestão de cidades a partir do modelo proposto
pelos autores Pinto, Carvalho e Câmara (2014), denominado modelo EEICO. Para
isso, compreendeu-se o nível de aderência das dimensões de cada função do
modelo EEICO (entender, estimular, interagir, compartilhar e observar), nas
estruturas organizacionais das prefeituras da Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF). Especificamente, buscou-se: i) discorrer sobre as principais escolas de
administração pública: Patrimonialista, Burocrática, Gerencial e Societal; ii)
apresentar conceitos, pressupostos e macro funções do Modelo EEICO; iii)
identificar o nível de percepção dos servidores dos municípios pesquisados quanto
às macro funções do modelo EEICO; iv) investigar o nível de aplicação das macro
funções do modelo EEICO nas estruturas organizacionais dos municípios da Região
Metropolitana. Foram pesquisados os municípios de Caucaia, Horizonte e
Maracanaú. A pesquisa é orientada por uma abordagem qualitativa, que se dá
através de uma coleta de dados por entrevistas semiestruturadas. A análise dos
dados, a partir do display analítico inspirado na obra de Miles e Huberman (2014),
revelou que os servidores entendem os problemas de suas cidades e como
poderiam solucioná-los e que, na prática, fatores como: centralização de autoridade,
personalismo, ausência de transparência nas atividades influenciam diretamente na
gestão destas cidades. Por fim, observa-se que a temática gestão de cidades
precisa ser debatida de forma mais ampla, visto que, na prática, ainda prevalecem
características dos modelos da administração clássica, nas quais não mais
respondem as complexas demandas da cidade.
Palavras-chave: Administração Pública. Gestão Inteligente de Cidades. Modelo
EEICO.