RESUMO
A adolescência é um período de transição entre a infância e a vida adulta, caracterizado pelos
impulsos do desenvolvimento físico, mental, emocional, sexual e social. Nessa perspectiva, o
Programa Saúde na Escola (PSE), estratégia intersetorial dos Ministério da Saúde e da
Educação, busca contribuir para a formação integral dos adolescentes por meio de ações de
promoção, prevenção e atenção à saúde. O estudo objetivou analisar as ações de promoção da
saúde do adolescente escolar na integração saúde e escola e no diálogo com os participantes
construir plano de ação/intervenção. Estudo analítico na abordagem qualitativa com base
empírica na pesquisa-ação e apoiado na Teoria da Complexidade. Assim, identificou-se o
problema dentro de um contexto interinstitucional e levantaram-se questões a serem
investigadas. Da análise prévia, prosseguiu-se com os diálogos e plano de intervenção junto
aos participantes. Ao todo, foram 17 profissionais da área de saúde (gerentes, gestor e
profissionais que atuam na Estratégia Saúde da Família) e 22 profissionais da Educação
(professores, diretores, vice-diretor, coordenadores e gestores) atuantes em duas escolas. Os
participantes da saúde militavam em duas Unidades de Atenção Primária em Saúde da
Coordenadoria Executiva Regional IV, no Município de Fortaleza, Ceará. A produção de
dados empíricos ocorreu em 2015 e primeiro semestre de 2016 utilizando-se a observação
livre e a entrevista semiestruturada, além dos diálogos em seminários. As entrevistas foram
processadas pelo Programa ALCESTE, que selecionou 676 u.c.e.s, perfazendo 91% de
aproveitamento. No processo analítico, estas u.c.e.s foram agrupadas em três classes lexicais:
Classe 1 – O processo de trabalho nas UAPs e a priorização do atendimento espontâneo;
Classe 2 – Dificuldades e possibilidades de implementação do PSE e Classe 3 – Ações de
promoção da saúde realizadas pela equipe da ESF no ambiente escolar. As classes se
articulam, e apontam as principais ações de promoção da saúde, assim como as dificuldades e
possibilidades para a sua implementação, apoiadas no PSE. Dentre as principais ações
realizadas; destacam-se as ações de saúde bucal; a vacinação do sarampo e do HPV; a
detecção de manchas para o diagnóstico da hanseníase; o tratamento medicamentoso para
verminose; orientações sobre alimentação saudável e higiene. Outros projetos articulados
foram: Semana Saúde na Escola e Projeto Olhar Brasil, os quais vislumbram também a
promoção da saúde dos escolares. Na efetivação de seminários, obteve-se uma aproximação
entre os setores, e foi pactuado com os participantes o plano de ação para que fossem
implementadas as propostas de promoção da saúde ao adolescente escolar com base nas
necessidades apontadas e tendo como suporte o PSE. Observaram-se muitos desafios,
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essencialmente, pela falta de integração dos setores, indicando-se a necessidade de mudança e
as possíveis soluções iniciadas com o diálogo, projetado no plano de ação realizado nesta
pesquisa. A superação dos limites e dificuldades pode ser alcançada com a continuidade dos
encontros e a efetivação de conquistas da equipe de Saúde da Família para negociar com os
gestores da saúde e da escola essa oportunidade de fortalecer a promoção da saúde dos
adolescentes, colaborando na implementação de projetos interinstitucionais com esta
finalidade.
Palavras-chave: Promoção da saúde. Adolescente. Saúde escolar.