PREDIÇÃO DE PRÉ-ECLÂMPSIA ATRAVÉS DA ASSOCIAÇÃO DE FATORES MATERNOS À AVALIAÇÃO TRÍPLICE VASCULAR NO SEGUNDO TRIMESTRE DE GESTAÇÃO
Autor(es):
SOUSA, PAULO CÉSAR PRACIANO DE
Palavras Chaves:
Não informado
Ano de Publicação:
2015
Resumo:
RESUMO
Introdução: A pré-eclâmpsia (PE) é a principal causa de morbidade e mortalidade perinatal. A fisiopatologia da PE é caracterizada, dentre outros fatores, por deficiência no processo de placentação, disfunção endotelial sistêmica e hiperfluxo do Sistema Nervoso Central (SNC).
Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a combinação de fatores de risco maternos, pressão arterial média (PAM), Doppler das artérias uterinas, dilatação fluxo-mediada (DFM) e variação do índice de pulsatilidade da artéria braquial (V-IP) e Doppler da artéria oftálmica para a predição de pré-eclâmpsia no segundo trimestre de gravidez.
Métodos: Estudo prospectivo (Coorte), com 439 gestações únicas submetidas a Dopplerfluxometria da artéria uterina, exame de DFM e V-IP da artéria braquial e Dopplerfluxometria oftálmica. Os exames foram realizados entre 18 e 22 semanas de gestação e as pacientes foram acompanhadas até o parto para coleta de dados. As pacientes foram divididas nos seguintes grupos: Controle, PE, hipertensão gestacional (HG) e pequeno pra idade gestacional (PIG) sem associação com distúrbios hipertensivos. Utilizamos o teste de Kruskal-Wallis seguido do teste de comparação múltipla de Dunn para as variáves numéricas e o teste Qui-quadrado seguido do teste exato de Fischer para as variáveis categóricas. As análises de regressão logistica univariada e multivariada foram utilizadas para gerar algoritmos a fim de predizer distúrbios hipertensivos.
Resultados: Os resultados gestacionais completos estavam disponíveis em 415/439 (94,5%) casos. A PE foi desenvolvida em 40 (9,6%) gestações, incluindo 4 (0,96%) em que o parto foi antes de 34 semanas (pré eclâmpsia precoce (PEP)) e 36 (8,67%) com parto nas 34 semanas ou mais (pré eclâmpsia tardia (PET)); 23 (5,5%) desenvolveram HG, 43 (10,3%) tiveram recém-nascidos PIG sem distúrbios hipertensivos, e 309 (74,4%) não foram afetadas por PE, HG ou PIG. Os parâmetros da história clínica e exame físico que apresentaram significância para comporem o modelo de PE foram os que compõem a variável paridade (p=0.005), ou seja, as categorias nuliparidade e parto prévio com PE, e o índice de massa corpórea (IMC) (p<0.001). Dentre os marcadores biofísicos, os que apresentaram significância estatística foram a PAM (p<0.001) e o índice de pulsatilidade (IP) da artéria uterina
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(p<0.001). A DFM (p=0.17) e a V-IP (p=0.38) da artéria braquial no segundo trimestre não entraram no modelo de predição de PE. A razão de pico (RP) da artéria oftálmica no segundo trimestre de gravidez parece ser aumentada na PEP quando comparada com o grupo controle (p<0.05). A melhor taxa de detecção de PE de uma forma geral foi 45%, a uma TFP de 10%, obtida pela combinação de fatores maternos, PAM, IP das artérias uterinas e RP da artéria oftálmica.
Conclusão: O melhor modelo para predição de PE foi obtida pela combinação fatores maternos, PAM, IP das artérias uterinas e RP da artéria oftálmica.
Introduction: The pre-eclampsia (PE) is the leading cause of perinatal morbidity and mortality. The pathophysiology of PE is characterized, among other factors, by a deficiency in the process of placentation, endothelial dysfunction and systemic overflow of the Central Nervous System.
Objectives: The aim of this study was to examine a combination of maternal risk factors, mean arterial blood pressure (MAP), uterine artery Doppler, brachial artery flow-mediated dilatation (FMD) and pulsatility index change (PI-C), and ophthalmic artery Doppler for pre-eclampsia prediction during the second trimester of pregnancy.
Methods: Prospective study (Cohort) with 439 singleton pregnancies underwent the Doppler study of uterine arteries, FMD and PI-C of the brachial artery, and Doppler study of ophthalmic artery. The examinations were performed between 18 and 22 weeks of gestation and were followed until the delivery for data collection. The patients were divided in these groups: Control, PE, gestational hypertension (GH) and small for gestational age (SGA) without association with hypertensive disorders. We used the Kruskal-Wallis test followed by Dunn's multiple comparison test for numerical variables and the Chi-square test followed by Fisher's exact test for categorical variables. Univariate and logistic regression analysis was used to derive algorithms for the prediction of hypertensive disorders.
Results: Complete pregnancy outcomes were available in 415/439 (94.5%) cases. PE was developed in 40 (9.6%) pregnancies, including 4 (0.96%) in which delivery was before 34 weeks (early pre-eclampsia (early-PE)) and 36 (8.67%) with delivery at 34 weeks or more (late pre-eclampsia (late-PE)); 23 (5.5%) developed GH, 43 (10.3%) delivered SGA newborns with no hypertensive disorders, and 309 (74.4%) were unaffected by PE, GH or SGA. The parameters of clinical history and physical examination that showed significant to comprise the PE model were those that comprise the variable parity (p=0.005), that is, the categories nulliparity and previous delivery with PE, and body mass index (BMI) (p <0.001). Among the biophysical markers, which showed statistic significance were MAP (p<0.001) and uterine artery pulsatility index (PI) (p<0.001). FMD (p=0.17) and PI-Change (p=0.38) of the brachial artery in the second trimester did not make the PE prediction model. The peak ratio (PR) of the ophthalmic artery in the second trimester of pregnancy seems to be a parameter for prediction of early-PE compared with the control group (p<0.05). The
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best detection rate of all-PE was 45%, for a TFP of 10%, obtained by combining the maternal factors, MAP, uterine arteries PI and ophthalmic artery PR.
Conclusions: The best model for prediction of PE was obtained by combining the maternal factors, MAP, uterine arteries PI and ophthalmic artery PR.
SOUSA, PAULO CÉSAR PRACIANO DE. PREDIÇÃO DE PRÉ-ECLÂMPSIA ATRAVÉS DA ASSOCIAÇÃO DE FATORES MATERNOS À AVALIAÇÃO TRÍPLICE VASCULAR NO SEGUNDO TRIMESTRE DE GESTAÇÃO. 2015. 107 f. Tese (Doutorado em 2015) - Universidade Estadual do Ceará, , 2015. Disponível em: Acesso em: 1 de maio de 2024
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