RESUMO
A análise das condições de trabalho do Serviço Social enquanto profissão assalariada nas
Organizações Não Governamentais (ONGs) perpassa algumas discussões, em destaque: a
mundialização do capital e as mudanças no mundo do trabalho advindas da acumulação flexível,
e, ainda, o Estado Neoliberal e as transformações na forma de intervenção na questão social. Em
ambos os processos, existe uma indução ao aumento do terceiro setor, como local de trabalho
precário e com a desresponsabilização do Estado frente as respostas à questão social, que passa a
ser vista como compartilhada pelo mercado e pelas organizações da sociedade civil. Existe,
assim, uma funcionalidade do terceiro setor a ideologia neoliberal. Mas, não se podem
negligenciar as particularidades do desenvolvimento das ONGs no Brasil. A fim de perceber tais
aspectos foi realizada uma pesquisa bibliográfica, sobre a temática, e de campo, com assistentes
sociais que trabalham em ONGs em Fortaleza, em uma perspectiva qualitativa e quantitativa,
com aplicação de um questionário semiestruturado para apreender as condições e processos de
trabalho do Serviço Social nessas entidades. Através da pesquisa observaram-se precárias
condições de trabalho das assistentes sociais nas ONGs, com baixos salários, flexibilidade nas
formas de contratação, sobrecarga de demanda, precárias condições materiais e estruturais para
prestação dos serviços, entre outros aspectos. Isso indica, como supracitado, a funcionalidade
dessas organizações ao capitalismo. Assim, tem-se inúmeros desafios a prática profissional
nesses espaços sócio ocupacionais, tanto na esfera da prestação dos serviços quanto das
condições de trabalho.
Palavras-chave: Condições de trabalho. Organizações Não Governamentais. Serviço Social.