RESUMO
A preocupação com o estudo da Paleoclimatologia como área do pensamento científico
moderno cresceu bastante desde investigações conduzidas em meados da década de 1970.
Observando estudos feitos na área de climatologia, pode-se concluir que a evolução climática
da Terra passou por mudanças e apresenta ciclos naturais, incluindo a ocorrência dos
chamados períodos glaciais (ou “eras do gelo”), e flutuações mais recentes como o período
medieval quente. Compreender as mudanças climáticas ocorridas no passado é, portanto, de
grande importância para um maior entendimento da mudança climática atual, sob a influência
antrópica. Visando estudar o clima antigo, modelos numéricos podem ser utilizados como
ferramenta de análise. Tais modelos, se compatíveis com as observações e feitos alguns
ajustes, podem ser úteis para propor hipóteses, comparar causas e efeitos relacionados ao
clima. O PMIP3 (Paleoclimate Modeling Intercomparison Project, na sua terceira fase), tem
o intuito de coordenar os estudos de Modelos de Circulação Geral da Atmosfera (MCGA) e
mensurar sua capacidade de simular grandes variações climáticas, comparando os resultados
de cada modelo, numa determinada região de contorno, com os registros paleoclimáticos, que
ajudam na sua interpretação. O foco deste trabalho é utilizar o conjunto de dados do PMIP 3
para, usando os resultados de suas simulações, estudar as mudanças ocorridas durando o
Holoceno Médio (HM, ~6.000 anos atrás) em comparação com o Período Pré-Industrial (PPI,
~ 250 anos atrás), sabendo que as condições climáticas de tais períodos eram bem diferentes
das atuais, sobre o Brasil. Este trabalho destaca as variáveis de precipitação (mm/dia) e
temperatura do ar (ºC) sobre a Amazônia e o Nordeste Brasileiro (NEB), com o intuito de
estudar a evolução espacial e temporal do clima nessas áreas.
Palavras-chave: Simulações. Paleoclimatologia. Holoceno. Pré-industrial. Nordeste
brasileiro.