A presente pesquisa de dissertação teve por objetivo analisar a atuação profissional do serviço
social na rede de atendimento à mulher em situação de violência de Fortaleza-CE, a partir da
compreensão das condições e relações de trabalho; da dimensão técnico-operativa do serviço
social; e das posturas ético-políticas, teórico-metodológicas na intervenção junto às mulheres
em situação de violência. Para isso, foi realizada pesquisa bibliográfica sobre as categorias
trabalho, instrumentalidade e relações de gênero, além de pesquisa de campo nas instituições
que compõem a rede de atendimento de Fortaleza por meio de observações e entrevistas com
as assistentes sociais. A pesquisa de campo e a pesquisa bibliográfica realizada explicitaram a
necessidade de inserir nas análises sociais, nos estudos, nas investigações científicas, na
formação em serviço social, nas pautas de luta dos movimentos sociais e em partidos políticos
a consubstancialidade entre as categorias classe social, raça/etnia e relações de gênero, que se
materializam na contemporaneidade mediadas pela exploração, opressão, discriminação, e, no
caso das mulheres, apropriação. A pesquisa proporcionou discutir sobre situações complexas
dos espaços sócio-ocupacionais investigados, as posturas e escolhas profissionais, a percepção
e valores que consubstanciam suas ações. Os desafios são muitos: a direção teórica, política e
ética que o serviço social vem defendendo nos últimos anos o coloca, por vezes, “no olho do
furacão”, na contracorrente da hegemonia construída pelo neoliberalismo. Por isso, é
necessário continuar resistindo, fortalecendo nossos parâmetros, refletindo e problematizando
sobre nosso fazer e formação profissional, tendo como norte a construção de outra
sociabilidade sem dominação, exploração, opressão e apropriação de qualquer natureza.
Palavras-chave: Serviço social. Trabalho. Instrumentalidade. Relações de gênero.