Dados reportados na literatura apontam as lipases fúngicas como uma das classes de enzimas mais empregadas na indústria alimentícia para produção de alimentos funcionais. Assim, a busca por novas fontes desta classe de enzimas se torna um desafio. Baseando-se no exposto, este trabalho teve como objetivos a bioprospecção de atividade lipolítica de fungos isolados de sedimentos da costa cearense do nordeste brasileiro. Inicialmente, foram isolados 5 fungos filamentosos de sedimentos marinhos (SM1-SM5), coletados na praia da Barra do Ceará, Fortaleza-CE. Posteriormente foram submetidos ao ensaio de atividade lipolítica através do método de difusão em gel,
utilizando-se o azeite de oliva como substrato específico de lipases e tributirina para esterases, bem como o reagente colorimétrico Rodamina B. Os experimentos foram realizados em triplicada e o fungo Aspergillus niger foi utilizado como controle positivo. A atividade enzimática foi detectada através da observação dos halos fluorescentes ao redor das colônias após irradiação das placas com luz UV (365 nm). Os halos foram medidos com auxílio de paquímetro e a atividade enzimática expressada de acordo com a fórmula AL = R/r. Onde AL significa atividade lipolítica, R os valores dos halos fluorescentes e r os valores dos halos não fluorescentes. Os dados foram apresentados como média ± desvio padrão, utilizando-se o programa GraphPadPrism (versão 5.0). Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA). Diferenças significativas (p <0,05) entre as médias foram determinadas pelo teste de
comparações múltiplas de Tukey. Como resultado deste trabalho, dos cinco fungos testados, três (SM1, SM2 e SM3) se mostraram ativos especificamente para atividade de lipases (AL), apresentando de moderada a elevada AL (2,4 <AL ≤ 3,8). Dentre esses, um (SM2) apresentou elevada atividade lipolítica, com valor de AL igual a 3,8, significantemente semelhante ao controle positivo (Aspergillus niger). Os isolados foram identificados de acordo com suas características morfológicas e classificados como Paecilomyces sp. SM1, Aspergillus sp. SM2 e Aspergillus flavus SM3.
Palavras-chave: Bioprospecção enzimática, Fungos marinhos, Atividade lipolítica, Paecilomyces sp., Aspergillus sp., Aspergillus flavus.