A mortalidade infantil continua como uma temática de grande importância para a análise da situação de saúde de uma população. Estudos epidemiológicos demonstram que a mortalidade, ocorre em maior número no componente neonatal, enfatizando a importância da melhoria na assistência ao pré-natal, ao parto e nos primeiros dias de vida da criança. O estudo dos fatores envolvidos com os óbitos neonatais permite identificar o seu perfil e as diversas variáveis relacionadas com o desfecho, tais como: peso ao nascer, idade gestacional, renda familiar, o uso de drogas durante a gestação, entre outras. O objetivo desta pesquisa foi analisar a mortalidade neonatal com o uso de drogas na gestação, em uma maternidade de referência na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil, nos anos 2009 e 2010. A pesquisa foi realizada a partir dos Sistemas de Informação em Saúde, SINASC e SIM, e dos prontuários hospitalares, utilizando-se ainda a técnica de linkage para a confirmação das informações. O estudo foi do tipo caso-controle. A amostra foi constituída por 153 casos (óbitos neonatais) e 464 controles (nascidos vivos sobreviventes ao período neonatal). As variáveis foram analisadas em blocos hierárquicos. Bloco 1: anos de estudo, situação conjugal e trabalho. Bloco 2: idade materna, idade gestacional, tipo de gestação, número de gestações, número de partos, número de abortos, (ITU) infecção do trato urinário, hipertensão arterial sistêmica (HAS), uso de drogas, fumo na gestação, álcool na gestação e outras drogas. Bloco 3: fez pré- natal, local do pré-natal, número de consultas no pré-natal e tipo de parto. Bloco 4: idade do óbito, peso ao nascer, índice de APGAR no 10 minuto, índice de APGAR no 50 minuto, malformação congênita e sexo. Os dados foram analisados utilizando-se, STATA, versão 10. Para análise descritiva, utilizou-se valores absolutos e relativos, média e desvio padrão, além do cálculo de razão de chances (odds ratio – OR) na análise bivariada das variáveis como desfecho (óbito neonatal). Na sequência, foi realizada a regressão logística para a elaboração do modelo final de fatores de risco para o óbito neonatal. As variáveis que permaneceram significativas para o desfecho foram: idade gestacional inferior a 37 semanas, APGAR no 1º. e 5º. minutos com índices menores que sete e malformação congênita presente. De acordo com os resultados encontrados percebeu-se que o acompanhamento pré-natal pode evitar os riscos apresentados. Sugere-se uma melhor qualidade na assistência pré-natal, além de maior valorização da variável uso de drogas na gestação, pois este é um fator novo, que mesmo não se apresentando como significante estatisticamente, é um fator que deve ser mais investigado na busca de dados mais concretos.
Palavras chave: mortalidade neonatal, fatores de risco, drogadição.
Abstract:
Infant mortality remains a topic of great importance for the analysis of health status of a population. Epidemiological studies show that mortality occurs in greater number in the neonatal component, emphasizing the importance of improved prenatal care, childbirth and the early days of the child's life. The study of the factors involved in neonatal deaths can identify your profile and several variables related to the outcome, such as birth weight, gestational age, family income, drug use during pregnancy, among others. The objective of this research was to analyze neonatal mortality with drug use during pregnancy in a maternity reference in Fortaleza, Ceará, Brazil, in the years 2009 and 2010. The survey was conducted from the Health Information Systems, SINASC and SIM, and hospital records, using the technique of linkage yet to confirm the information. The study was case-control. The sample consisted of 153 cases (neonatal deaths) and 464 controls (births surviving the neonatal period). The variables were analyzed in hierarchical blocks. Block 1: years of education, marital status and work. Block 2: maternal age, gestational age, type of pregnancy, number of pregnancies, number of births, number of abortions, (UTI) urinary tract infection, hypertension (HTN), drug use, smoking during pregnancy, alcohol pregnancy and other drugs. Block 3: did prenatal, antenatal site, number of pre-natal and delivery type. Block 4: age at death, birth weight, APGAR score in the first minute APGAR score in the fifth minute, congenital malformation and sex. Data were analyzed using, STATA, version 10. For descriptive analysis, we used absolute and relative values, mean and standard deviation; beyond the calculation of odds ratio (odds ratio - OR) in the bivariate analysis of the variables as outcome (neonatal death). Further, logistic regression was performed to prepare the final model of risk factors for neonatal death. The variables that remained significant for the outcome were gestational age less than 37 weeks, Apgar score at 1st. and 5. minutes with scores lower than seven and congenital malformation present. According to the results it was observed that prenatal care can avoid the risks presented. We suggest a better quality prenatal care, and greater appreciation of variable drug use during pregnancy, as this is a new factor, even if not presenting as statistically significant, is a factor that should be investigated further in search more concrete data.
Keywords: Neonatal mortality, risk factors, drug addiction.
Tipo do Trabalho:
Dissertação
Referência:
Borges, Juliana Alencar Moreira. Estudo da Drogadicao Gestacional e Obito Neonatal. 2012. 90 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2012) - Universidade Estadual do Ceará, , 2012. Disponível em: Acesso em: 21 de maio de 2024
Universidade Estadual do Ceará - UECE | Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação - DETIC
Política de Privacidade e Segurança Build 1