Sentidos de vida e morte para meninos com experiência de moradia de rua: uma pesquisa sociopoética
Autor(es):
Silveira, Eveline Maria Perdigão
Palavras Chaves:
Não informado
Ano de Publicação:
2009
Resumo:
O Brasil é um país marcado pela violência. Ela tem vitimizado grande
parte da população, em especial jovens com menos de 19 anos, na maioria
negros e pobres. Muitos destes jovens encontram-se nas ruas em busca do
próprio sustento e da família, enquanto constroem um modo próprio de
existência, pautado em formas múltiplas de sociabilidade. Em torno deles
circulam preconceitos e mitos que apontam em diversas direções, mas que
falam de uma sociedade marcada por enormes diferenças sociais, que não
assume a responsabilidade por suas próprias crianças e adolescentes em
situação de vulnerabilidade social e pessoal, e que sequer os reconhece
como sujeitos. A existência destes sujeitos que compõem o território
urbano incomoda a muitos e, por vezes, tem provocado discussões em tomo
da revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente, da necessidade de se
"limpar" a cidade, trancafiando-os em prisões e reformatórios ou até
exterminá-los. Trata-se de idéias que se fundamentam na concepção de que
estas crianças e adolescentes são seres incorrigíveis, visto que são
afeitos ao mal, não valorizam a vida e nada temem, nem mesmo a morte.
Esta tese, Sentidos de Vida e Morte pra Meninos com Experiência de
Moradia de Rua, se propõe a discutir sobre os mecanismos que geram estes
entendimentos em torno de crianças e adolescentes com experiência de
moradia de rua, referendando-se em Foucault, Deleuze, Guattari e Rolnik,
autores que concebem o socius como usina de produção de
verdades, realidades e subjetividades. Nesta perspectiva, ela objetiva
também conhecer os sentidos que estes jovens atribuem à vida e à morte,
com o intuito de romper com os mitos e modelizações que intentam
defini-los. O que seria a vida para crianças e adolescentes que pautam
uma sociabilidade no complexo espaço urbano? Como estes jovens concebem a
própria existência? Que sentidos atribuem à morte? O que há de vida na
morte? O que há de morte na vida? Por que - e para que - viver? Por que -
e para que - morrer? Estas são as perguntas norteadoras deste estudo.
Como proposta teórico-metodológica de investigação, optou-se pela
Sociopoética, em virtude de ela conceber o pensar como um exercício em
que se articulam conceitos e afetos, além de introduzir o grupo como
unidade de referência na produção de conhecimento, aqui entendido como o
grupo-pesquisador. À guisa dos resultados da pesquisa, o
grupo-pesquisador produziu conceitos plurais em torno da vida e da
morte, os quais foram interpretados à luz do pensamento complexo de
Morin. Dentre os conceitos produzidos destacam-se vida e morte como
caminhos articulados ao bem e ao mal; vida e morte furacões,
vida-labirinto, vida-jogo, morte-revelação, morte-ponte-escura,
casa-escura, monstro destruidor, manifestando o quanto a violência tem
marcado as formas de subjetivação de crianças e adolescentes com
experiência de moradia de rua. Palavras-chave: vida, morte, meninos com
experiência de moradia de rua, formas de subjetivação, Sociopoética.
Abstract:
Ver documento original.
Tipo do Trabalho:
Tese
Referência:
Silveira, Eveline Maria Perdigão. Sentidos de vida e morte para meninos com experiência de moradia de rua: uma pesquisa sociopoética. 2009. 251 f. Tese (Doutorado em 2009) - Universidade Estadual do Ceará, , 2009. Disponível em: Acesso em: 29 de abril de 2024
Esse
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