Inter-relações entre pré-eclâmpsia, cálcio dietético e outros fatores de risco associados
Autor(es):
Silva, Bruna Yhang da Costa
Palavras Chaves:
Não informado
Ano de Publicação:
2010
Resumo:
O estudo objetivou avaliar as inter-relações entre risco de pré-eclâmpsia, padrão alimentar
de ingestão de cálcio e outros fatores de risco modificáveis e não modificáveis em gestantes
atendidas em um serviço de referência em atendimento pré-natal. Trata-se de um estudo
transversal, com abordagem descritiva e analítica, realizado no Hospital Geral de Fortaleza,
envolvendo 233 gestantes no primeiro trimestre de evolução. Na visita ao Serviço, as
mulheres responderam a um formulário abrangendo, dentre outras variáveis, fatores de risco
para pré-eclâmpsia e responderam ao primeiro recordatório alimentar de 24 horas, o
segundo sendo coletado por telefone. A função endotelial das gestantes foi avaliada através
da medida da dilatação mediada por fluxo da artéria braquial. As gestantes foram agrupadas
por número de fatores de risco apresentados. A composição nutricional das dietas foi
determinada com auxílio do software DietWin Profissional 2.0 e a análise dos recordatórios
baseou-se na média de nutrientes dos dois coletados. Utilizou-se o teste de comparações
múltiplas para avaliar a diferença de consumo médio dos nutrientes conforme o número de
fatores de risco e o teste t de Student para avaliar a diferença de consumo dos nutrientes
conforme a avaliação da função endotelial. Em todos os testes adotou-se α < 0,05 como
nível de significância. A maioria (64,81%) das gestantes apresentou 2-3 fatores de risco
para a doença, destacando-se a raça não branca (80,69%), a nuliparidade ou primiparidade
(80,26%) e a disfunção endotelial (58,80%). A dieta consumida foi baixa em fibras, cálcio,
magnésio e potássio e elevada em sal, sódio e na relação ácido graxo ômega 6/ácido graxo
ômega 3. A ingestão de cálcio total (dieta e suplemento) mostrou-se muito baixa, aquém da
EAR para o micronutriente, com média de 524,84mg ± 295,91mg. Esta baixa ingestão
configura risco adicional para pré-eclâmpsia. O consumo de cálcio mostrou correlacionar-se
de maneira inversamente proporcional com o índice de massa corporal pré-gravídico e atual;
não houve associação com outros fatores de risco. A ingestão de ferro e de ácidos graxos
ω6 mostrou, respectivamente, relação direta e inversa com o número de fatores de risco
para pré-eclâmpsia. Não foi observada associação significante entre quaisquer dos fatores
dietéticos avaliados e função endotelial. Conclui-se que apesar da falta de inter-relações
estatisticamente confirmadas entre as variáveis estudadas, as gestantes encontram-se em
risco tanto pela presença de fatores de risco modificáveis e não modificáveis, como no que
tange à baixa ingestão, principalmente, de cálcio, dentre os fatores dietéticos avaliados.
Palavras-chave: Cálcio. Nutrientes. Fatores de risco. Pré-eclâmpsia. Disfunção endotelial.
Abstract:
The study aimed to evaluate the interrelationships between risk of preeclampsia, dietary
patterns, intake of calcium and other modifiable risk factors and non-modifiable in pregnant
women attending a referral service in prenatal care. This is a cross-sectional study with
descriptive and analytical approach, performed at the General Hospital of Fortaleza,
involving 233 pregnant women in the first trimester of evolution. In the visit to the Service, the
women answered a questionnaire covering, among other variables, risk factors for
preeclampsia and answered the first 24-hour dietary recall, the second being collected by
telephone. Endothelial function of the pregnant women was assessed by measuring flowmediated dilation of brachial artery. The women were grouped by number of risk factors
presented. The nutritional composition of diets was determined using the software DietWin
Professional 2.0 and the analysis of the recalls was based on the average of the two
nutrients collected. Used to the multiple comparison test to assess the difference in average
consumption of nutrients as the number of risk factors and the Student t test to evaluate the
difference in nutrient intake according to the assessment of endothelial function. In all tests it
was adopted α <0.05 significance level. The majority (64.81%) of the women had 2-3 risk
factors for disease, especially non-white race (80.69%), the nulliparity or parity (80.26%) and
endothelial dysfunction (58 80%). The diet intake was low in fiber, calcium, magnesium and
potassium and high in salt, sodium and in the omega 6/omega 3 fatty acid ratio. The total
calcium intake (diet and supplement) was very low, below the EAR for the micronutrient with
an average of 524,84 mg ± 295,91 mg. This low intake configures additional risk for
preeclampsia. Calcium intake has shown to correlate inversely with pre-pregnancy and
current body mass index, no association with other risk factors. The iron and ω6 fatty acids
intake showed, respectively, direct and inverse relationship with the number of risk factors for
preeclampsia. There was no significant association between dietary factors and endothelial
function. It was concluded that despite the lack of statistically confirmed interrelationships
between the variables, pregnant women are at risk both by the presence of modifiable risk
factors and non-modifiable, such as with regard to low intake, especially calcium, among the
dietary factors evaluated.
Keywords: Calcium. Nutrients. Risk factors. Preeclampsia. Endothelial dysfunction.
Tipo do Trabalho:
Dissertação
Referência:
Silva, Bruna Yhang da Costa. Inter-relações entre pré-eclâmpsia, cálcio dietético e outros fatores de risco associados. 2010. 132 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2010) - Universidade Estadual do Ceará, , 2010. Disponível em: Acesso em: 10 de maio de 2024
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